O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano na reunião que aconteceu nesta quarta-feira (4). Essa é a quarta alta seguida da taxa básica de juros do Brasil. E estes aumentos têm como objetivo segurar os avanços da inflação do país.
A saber, os economistas já esperavam pela elevação de 1,0 ponto percentual (p.p.) na reunião, ainda mais com a inflação do país seguindo nas alturas. Aliás, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é considerado a inflação oficial do Brasil.
Vale destacar que muitos economistas acreditam que haverá mais elevações da Selic no decorrer do ano. A propósito, a estimativa é que a taxa fique em 7% ao final do ano. Caso isso ocorra, o Copom ainda elevará várias vezes a Selic neste ano.
Altos preços da energia elétrica e dos combustíveis pressionam Selic
Durante a reunião do Copom, o órgão citou os altos preços da energia elétrica e dos combustíveis no país. Além disso, o comitê afirmou, em nota, que a inflação segue forte no Brasil devido a diversos fatores. O órgão citou a pressão sobre bens industriais e os serviços, que até surpreenderam os analistas.
“Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, disse o Copom, em nota.
Em resumo, a Selic caiu para 2,0% no ano passado por causa da pandemia da Covid-19, menor taxa já registrada. No entanto, o comitê elevou a taxa pela primeira vez em março deste ano, após quase seis anos sem aumentos. E, para conter o avanço da inflação, a Selic precisará subir ainda mais nos próximos meses.
Por fim, a próxima reunião do Copom ocorrerá em 21 e 22 de setembro. Em nota, o órgão afirmou que a Selic deverá encerrar o ano acima do nível considerado de “juro neutro”. A saber, 6,5% é o percentual entendido como “juro neutro”, já que não acelera nem desacelera a inflação.
“O Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo no ajuste da política monetária é a mais apropriada para garantir a ancoragem das expectativas de inflação. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, explicou o Copom.
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