O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (2) o oitavo aumento consecutivo da taxa Selic. A saber, a taxa corresponde aos juros básicos do país. Com a elevação de 1,5 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 9,25% para 10,75% ao ano.
Esse é o maior patamar dos juros básicos no país desde abril de 2017, época em que a taxa estava em 11,25% ao ano. Inclusive, todas estas elevações têm o objetivo de controlar os avanços da inflação no país.
A decisão veio em linha com as expectativas dos analistas. Na verdade, o Copom passou a aumentar o aperto monetário nas últimas reuniões devido à inflação cada vez mais alta no país. Aliás, a prévia da inflação para janeiro veio acima das estimativas do mercado, o que indica que não será nada fácil segurar a taxa inflacionária do país.
Vale destacar que analistas de mais de cem instituições financeiras, ouvidos pelo Banco Central, acreditam que a Selic encerrará o ano ainda mais elevada do que está. Em suma, o mercado financeiro acredita que os juros básicos do país chegarão a 11,75% ao ano no final de 2022.
Veja como a alta da Selic impacta a sua vida
A pandemia da Covid-19 afundou a economia global em 2020, incluindo a brasileira. Por isso, o Copom decidiu reduzir a Selic no decorrer de 2020, que caiu para 2,0% ao ano em agosto daquele ano. A taxa se manteve assim até março de 2021 e ficou perto de completar seis anos sem elevações.
Contudo, a crise sanitária afetou a cadeia produtiva global de diversos setores, o que fez os preços dos produtos dispararem em 2021. E a forte demanda impulsionou ainda mais a inflação no ano passado. Isso fez o Copom elevar repetidas vezes a Selic em 2021 e, agora, em 2022, o comitê segue o mesmo caminho.
Esse cenário impacta a vida do consumidor no Brasil, pois o maior objetivo do Copom é segurar a inflação do país. E a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços dos produtos.
Uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no Brasil, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, reduz a “inflação por demanda”. Na verdade, o aumento dos juros atinge diversos setores, como o bancário e o imobiliário. Por isso, as pessoas tendem a comprar menos, pois o crédito fica menos acessível.
Embora o cenário se mostre difícil para a população, a inflação tende a perder força neste ano devido aos juros altos. No longo prazo, a Selic voltará a cair, pois a inflação terá sido controlada. Resta aguardar até que esse momento chegue.
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