O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (8) o sétimo aumento consecutivo da taxa Selic em 2021. A saber, a taxa corresponde aos juros básicos do país. Com a elevação de 1,5 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 7,75% para 9,25% ao ano.
Esse é o maior patamar dos juros básicos no país desde julho de 2017, época em que a taxa estava em 10,25% ao ano. Inclusive, todas as elevações que ocorreram em 2021 possuem o objetivo de tentar controlar os avanços da inflação no país.
A decisão veio em linha com as expectativas dos analistas. Na verdade, o Copom passou a aumentar o aperto monetário nas últimas reuniões devido à inflação cada vez mais alta no país. Aliás, a prévia da inflação para novembro veio acima das estimativas e os dados oficiais devem confirmar uma situação ainda mais difícil para os brasileiros.
Vale destacar que analistas de mais de cem instituições financeiras, ouvidos pelo Banco Central, acreditavam que a Selic encerraria o ano neste patamar. A propósito, a próxima reunião do Copom ocorrerá apenas em fevereiro de 2022. E os analistas projetam uma Selic em 11,25% ao ano no final de 2022, ou seja, os juros básicos no país devem subir ainda mais no futuro.
Veja como a alta da Selic impacta a sua vida
A pandemia da Covid-19 afundou a economia global, incluindo a brasileira. Por isso, o Copom decidiu reduzir a Selic para no decorrer do ano passado, chegando a 2,0% ao ano em agosto. A taxa se manteve assim até março deste e ficou perto de completar seis anos sem elevações.
Contudo, a crise sanitária afetou a cadeia produtiva global de diversos setores. O resultado disso foram elevações expressivas dos preços dos produtos, a chamada inflação. E o forte consumo só ajudava a impulsionar a taxa. Assim, o Copom fez três elevações de 0,75 p.p. em março, maio e junho. Já em agosto e setembro, a taxa cresceu 1,0 p.p., enquanto saltou 1,5 p.p. em outubro e, agora, em novembro.
Tudo isso impacta a vida do consumidor no Brasil, pois o maior objetivo do Copom é segurar a inflação do país. E a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços. Uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no Brasil, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, reduz a “inflação por demanda”.
Esse aumento dos juros atinge diversos setores, como o bancário e o imobiliário, por exemplo. Dessa forma, as pessoas tendem a comprar menos, pois o crédito fica menos acessível. Em suma, a população segue sofrendo com inflação e juros elevados, enquanto a economia perde força a cada mês.
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