À medida em que a guerra na Ucrânia se alastra e se mantem por um tempo maior que o previsto, a economia fica afetada. Por isso, economistas passam a esperar as decisões dos governos, mas também dos bancos centrais do mundo todo. Com isso, crescem as expectativas para a reunião do COPOM, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de março. Esse encontro definirá a nova taxa Selic do Brasil e vai afetar diretamente a sua vida.
A espera dos investidores é saber como que o Banco Central do Brasil vai reagir frente à alta das commodities e o peso que dará para a queda do dólar até agora. Apesar dos acontecimentos, o mercado ainda espera uma alta de 1,5 ponto percentual, o que deixaria os juros básicos da economia em 12,25% ao ano.
O que o COPOM levará em conta?
É inevitável falar da guerra no leste europeu para determinar a nova taxa de juros. Isso porque o conflito entre Ucrânia e Rússia fez os preços das commodities subirem a patamares recordes e em um prazo bastante curto. E isso afeta diretamente a economia brasileira, dado que os combustíveis e a cesta de alimentos tendem a ficar ainda mais caros nos próximos dias.
Apesar disso, as cotações internacionais deram um trégua hoje, 9. O trigo operou em forte queda, caindo mais de 6%. Enquanto isso, o petróleo chegou a cair 17% no dia, mas recuperou parte das perdas. Contudo, as altas ainda são fortes. O trigo tem alta de 43% no ano, enquanto o petróleo WTI subiu mais de 52% apenas em 2022. Com isso, os custos das empresas que trabalham com esses produtos ficarão mais altos, o que é repassado ao consumidor. E quando o preço aumenta nas prateleiras, estamos diante de um cenário comum na economia: a inflação. Por último, se a inflação sobe, o poder de compra diminui e, claro, as taxas de juros operam em alta para segurar o aumento dos preços.
Na prática, a alta dos juros freia a economia, deixando os financiamentos e créditos mais caros. Com isso, as pessoas passam a comprar menos, deixando apenas para o essencial.
Como a Selic vai mudar na próxima reunião?
É consenso entre o mercado que o COPOM vai subir a taxa Selic. Isso acontecerá a nível internacional, com os bancos centrais subindo os juros até em economias desenvolvidas. Por isso, o Brasil não ficaria de fora. E mesmo que seja uma notícia mais de cenário econômico, ela afeta a sua vida diretamente.
Há uma expectativa de alta de 1,5 ponto percentual, o que deixaria a Selic em 12,25%, uma das maiores taxas dos últimos anos. Com isso, os juros da economia ficam mais altos, principalmente em financiamentos, créditos imobiliários, parcelamento de boletos e cartões de crédito, além de consórcios e outros serviços. Por outro lado, para os investidores a alta representa maiores retornos em seus produtos, principalmente aqueles da renda fixa, onde os retornos são atrelados ao CDI.
Apesar disso, os últimos fatos da economia não fazem o COPOM descartar uma alta maior para a Selic. Alguns economistas veem espaço para uma alta e 1,75 ponto percentual, enquanto outros veem a possibilidade de uma alta de 2 pontos percentuais.