A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou um levantamento que mostra a retomada de contratações do setor de transportes no país. E o que vem impulsionando os números é a melhora em relação à pandemia da Covid-19.
Em resumo, a crise sanitária afetou negativamente todo o mundo. No entanto, os impactos não foram iguais para todas as atividades econômicas. Algumas delas sofreram mais, como a dos transportes, uma vez que sempre houve incentivo ao distanciamento social.
Agora, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o abrandamento das medidas restritivas de circulação, o setor volta a mostrar força. Aliás, a confiança entre a população e os profissionais que figura como o principal motor do reaquecimento da economia e do setor terciário.
De acordo com a CNC, o levantamento se baseou em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A saber, as profissões relacionadas a transportes estão entre as mais atingidas pela pandemia, com diversos profissionais tendo perdido seus empregos. E a CNC mostrou o avanço em relação ao estoque de pessoas empregadas.
Em suma, as subidas mais expressivas vêm de: engenheiros aeronáuticos (alta de 20,8% em relação ao estoque de postos de trabalho de maio de 2020), cobradores de coletivos (18,4%), comissários de voo (13,5%), operadores de atendimento aeroviário (11,7%), motoristas de ônibus urbano (10,5%), bilheteiros de estações de metrô, trens e afins (10,1%) e operadores de centro de controle metroviários e ferroviários (10%).
Confirma mais detalhes do levantamento da CNC
Vale ressaltar que os dados sobre as contratações se referem a maio deste ano. A propósito, o crescimento é em relação ao mesmo mês de 2020. Como a decretação da pandemia ocorreu em março, o resultado de maio ainda se mostrou bastante ruim. Isso aconteceu porque os primeiros meses traziam muita incerteza e maiores impactos.
“A presença de profissionais ligados ao setor aéreo no ranking das profissões com maiores altas nas contratações surpreende e sugere uma expectativa mais favorável para o setor nos próximos meses”, afirmou Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.
Segundo Bentes, o setor aéreo foi um dos primeiros a sofrer com a primeira onda da pandemia. “Entre o final de fevereiro e o início de maio do ano passado, a retração na demanda por serviços de transporte aéreo levou a uma redução de 92% no fluxo de aeronaves nos 34 maiores aeroportos do Brasil”, explicou.
Contudo, o setor vem apresentando melhora a cada mês. “Apesar da base comparativa excepcionalmente baixa de maio do ano passado, o volume de receitas no setor aéreo é o que mais tem crescido no setor terciário, avançando 116% nos últimos 12 meses encerrados em maio, mas situando-se ainda 29% abaixo do nível pré-pandemia”, disse Bentes.
Por fim, a CNC também mostrou que o transporte rodoviário vem seguindo a mesma trajetória ascendente. Em síntese, o aumento da circulação das pessoas em terminais rodoviários chegou a 35,1% entre março e junho deste ano. Entretanto, “o fluxo diário de passageiros está 14,3%” menor que o observado em fevereiro de 2020.
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