Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou nesta segunda-feira (13), em entrevista à rádio “CBN” de Recife, no Pernambuco, que existe um apoio popular “muito grande” para a privatização da Petrobras. A declaração do presidente, feita enquanto ele criticava a margem de lucro da Petrobras, contrasta, no entanto, com o resultado de uma pesquisa feita no final de maio pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
Segundo o levantamento, apenas 38% dos entrevistados são a favor de privatizar a Petrobras. Do restante, 49% afirmaram que são contra e 13% não souberam ou não responderam. “O povo está vendo que a Petrobras só visa lucro, nada mais além disso”, disse Bolsonaro, que não citou que o governo é o maior acionista da Petrobras e que, desta forma, é quem mais fica com o dinheiro da estatal.
“Quando se fala em privatizar qualquer empresa demora anos. A Petrobras, se você fala em privatizar, leva no mínimo quatro anos. A gente apresentou uma proposta inicial, não vamos botar o pé no acelerador”, pontuou o chefe do Executivo.
Recentemente, assim como publicou o Brasil123, o governo incluiu a Petrobras na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), uma primeira etapa necessária para privatizar estatal. De acordo com o presidente, caso a operação vá mesmo adiante, a privatização acontecerá em quatro anos. Até lá, será preciso o aval do Congresso e também do Tribunal de Contas da União (TCU).
Para Bolsonaro, a Petrobras é uma empresa que “dá prejuízo para todos nós” e tem lucros “abusivos”. Essa não foi a primeira crítica do presidente feito diretamente à empresa. Recentemente, ele chamou de “estupro” os lucros da companhia. Em outra oportunidade, ele disse que se resolvesse, até daria um “murro na mesa” da estatal por conta das altas nos preços dos combustíveis.
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