O setor público encerrou janeiro deste ano com um superávit primário de R$ 101,833 bilhões em suas contas. A saber, esse é o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Aliás, o Banco Central (BC), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta sexta-feira (25).]
Vale dizer que esta foi a primeira vez que o mês de janeiro teve um superávit superior a R$ 100 bilhões. Inclusive, o antigo recorde havia sido alcançado em janeiro de 2021 (R$ 58,374 bilhões). Isso mostra que as contas públicas iniciaram o ano da melhor maneira já vista.
A pandemia da Covid-19 afetou fortemente as contas públicas do país. Em suma, o governo gastou bilhões no combate à crise sanitária. Além disso, suspendeu por meses a arrecadação de diversas contribuições em 2020. No entanto, estas medidas não aconteceram em 2021, quando as operações do país estavam voltando à normalidade.
O levantamento do BC traz dados do setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais. O superávit registrado em janeiro deste ano indica que as receitas do setor público adquiridas com impostos e contribuições superaram as despesas no mês. Quando ocorre o contrário, tem-se déficit.
Contas públicas afetam dívida bruta do país
De acordo com o BC, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não estão incluídos nestas contas. A propósito, o resultado de janeiro fez a dívida bruta brasileira corresponder a 79,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (R$ 6,966 trilhões). Em dezembro, a dívida estava em 80,3% do PIB do país.
A saber, esta é a primeira vez, desde abril de 2020, que a dívida bruta correspondeu a menos de 80% do PIB. Naquele mês, que foi o primeiro após a decretação da pandemia, a dívida havia somado 78,4% do PIB nacional. Aliás, o maior nível da dívida foi registrado em outubro de 2020 (R$ 88,99% do PIB brasileiro).
Em resumo, um dos fatores que explica a queda da dívida bruta em janeiro é a desvalorização do dólar. No primeiro mês deste ano, a moeda norte-americana acumulou uma queda de 4,83%, e isso afeta diretamente a dívida, pois parte dela é em moeda estrangeira.
Embora o Brasil esteja reduzindo a dívida bruta nos últimos meses, o nível ainda continua bastante elevado. A propósito, a média dos demais países emergentes é de cerca de 65% do PIB.
Leia Mais: Confiança do setor de serviços cai pelo 4º mês consecutivo