O setor público encerrou agosto deste ano com um superávit primário de R$ 16,729 bilhões em suas contas. A saber, esse é o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em dezembro de 2001. Aliás, agosto de 2020 chegou ao fim com um déficit de R$ 87.593 bilhões.
Essa enorme diferença aconteceu devido à pandemia da Covid-19, decretada em março do ano passado. Para combater a crise sanitária, o governo gastou bilhões, além de ter suspendido por meses a arrecadação de diversas contribuições. Assim, a base comparativa de 2020 ficou bastante fraca.
Em resumo, o levantamento do Banco Central (BC) apresenta dados do setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais. O déficit registrado indica que as despesas do setor público superaram as receitas adquiridas com impostos e contribuições no mês.
De acordo com o BC, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não estão incluídos nestas contas. A propósito, o resultado de agosto fez a dívida bruta brasileira cair para 82,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (R$ 6,84 trilhões).
Parcial do ano volta a ficar positiva
Com o acréscimo do resultado de agosto, as contas públicas voltaram a ficar positivas, em R$ 1,237 bilhão. Na comparação com o mesmo mês de 2020, as contas acumulavam um rombo fiscal de R$ 571,367 bilhões entre janeiro e agosto. A saber, esse valor mostra o montante extraordinário gasto pelo governo no enfrentamento da pandemia no ano passado.
Aliás, 2020 chegou ao fim com um resultado negativo de R$ 702,950 bilhões, aumento de 1.036% no déficit em relação a 2019. O déficit no ano passado foi o sétimo ano seguido com resultado negativo e o pior nível de toda a série histórica do BC, iniciada em 2001.
Por fim, o BC lembra que o setor público tem autorização para registrar déficit primário em 2021 de até R$ 250,89 bilhões. No entanto, o rombo poderá superar essa meta, porque o Congresso Nacional autorizou a exclusão de algumas despesas extraordinárias relacionadas com a Covid-19.
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