O setor público encerrou julho deste ano com um déficit primário de R$ 10,283 bilhões em suas contas. A saber, o resultado representa uma melhora expressiva em relação ao mesmo mês de 2020. À época, o déficit chegou a R$ 81,071 bilhões, nível 7,9 vezes maior que o registrado em julho deste ano.
Essa enorme diferença aconteceu devido à pandemia da Covid-19, decretada em março do ano passado. Para combater a crise sanitária, o governo gastou bilhões, além de ter suspendido por meses a arrecadação de diversas contribuições. Assim, a base comparativa de 2020 ficou bastante fraca.
Em resumo, o levantamento apresenta dados do setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais. O déficit registrado indica que as despesas do setor público superaram as receitas adquiridas com impostos e contribuições no mês.
De acordo com o BC, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não estão incluídos nestas contas. A propósito, o resultado de julho, apesar de negativo, fez a dívida bruta brasileira cair para 83,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (R$ 6,79 bilhões). Vale ressaltar que o resultado de julho sucede o rombo expressivo de R$ 65,508 bilhões em junho.
Parcial do ano está negativa
Com o acréscimo do resultado de julho, o déficit em 2021 totaliza R$ 15,491 bilhões. Esse valor é extremamente menor que o rombo fiscal de R$ 483,773 bilhões registrado no mesmo período de 2020. A saber, esse valor mostra o montante extraordinário gasto pelo governo no enfrentamento da pandemia no ano passado.
Aliás, 2020 chegou ao fim com um resultado negativo de R$ 702,950 bilhões, aumento de 1.036% no déficit em relação a 2019. O déficit no ano passado foi o sétimo ano seguido com resultado negativo e o pior nível de toda a série histórica do BC, iniciada em 2001.
Por fim, o BC lembra que o setor público tem autorização para registrar déficit primário em 2021 de até R$ 250,89 bilhões.
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