O setor público encerrou agosto deste ano com um déficit primário de R$ 9,88 bilhões em suas contas. A saber, o resultado representa uma melhora expressiva em relação ao mesmo mês de 2020. À época, o déficit chegou a R$ 96,07 bilhões, nível quase dez vezes maior que o registrado em agosto deste ano.
Essa enorme diferença aconteceu devido à pandemia da Covid-19, decretada em março do ano passado. Para combater a crise sanitária, o governo gastou bilhões de reais, além de ter suspendido por meses a arrecadação de diversas contribuições. Isso enfraqueceu a base comparativa de 2020.
Em resumo, o levantamento apresenta dados do setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais. O déficit registrado indica que as despesas do setor público superaram as receitas adquiridas com impostos e contribuições no mês.
De acordo com o Tesouro Nacional, os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não estão incluídos nestas contas. Vale ressaltar que apenas os meses de janeiro (R$ 58 bilhões), março (R$ 4,98 bilhões) e abril (R$ 24 bilhões) registraram superávit das contas. Nos outros meses, o rombo variou dos R$ 9,88 bilhões em agosto a R$ 65,5 bilhões em julho.
Rombo das contas no ano superam R$ 80 bilhões
Com o acréscimo do resultado de agosto, o déficit em 2021 soma R$ 83,3 bilhões. Esse valor é extremamente menor que o rombo fiscal de R$ 601,3 bilhões registrado no mesmo período de 2020. A saber, esse valor mostra o montante extraordinário gasto pelo governo no enfrentamento da pandemia no ano passado.
Aliás, 2020 chegou ao fim com um resultado negativo de R$ 702,950 bilhões, aumento de 1.036% no déficit em relação a 2019. O déficit no ano passado corresponde ao sétimo resultado negativo seguido das contas públicas. Além disso, foi o pior nível de toda a série histórica do BC, iniciada em 2001.
Por fim, o BC lembra que o setor público tem autorização para registrar déficit primário em 2021 de até R$ 250,89 bilhões. Inclusive, o saldo das contas melhorou na comparação anual graças ao aumento de 28,4% das receitas (+R$ 224,6 bilhões) e da redução de 24,4% das despesas (-R$ 354,6 bilhões).
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