As contas externas do Brasil tiveram um saldo negativo de US$ 1,584 bilhão em julho. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central (BC), o rombo ficou 2,45 vezes maior que o déficit das transações correntes registrado no mesmo mês de 2020, de US$ 646 milhões.
Em resumo, as contas externas refletem justamente o resultado das transações correntes. Nesse caso, entram na equação a balança comercial, os serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e as rendas (remessas de juros, bem como lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A saber, superávit é registrado quando o saldo destas transações fica positivo, com mais entrada de recursos do que saída. Contudo, quando acontece o contrário, registra-se déficit das contas externas. E, em julho, o resultado negativo foi bastante expressivo.
De acordo com o BC, o superávit de US$ 6,271 bilhões da balança comercial brasileira em julho impulsionou as contas externas no mês. Em suma, a balança comercial tem superávit quando as exportações superam as importações. Contudo, nem mesmo o resultado expressivo da balança comercial impediu o rombo das contas externas em julho.
Contas acumulam rombo de mais de US$ 8,5 bilhões no ano
Com o acréscimo do resultado de julho, as contas externas agora acumulam rombo de US$ 8,559 bilhões entre janeiro e julho deste ano. A propósito, as despesas líquidas de renda primária cresceram US$ 1,4 bilhão no comparativo anual. Já o déficit em transações correntes somou US$ 20,3 bilhões em 12 meses, o que corresponde a 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Segundo o BC, o déficit das contas de serviços despencou 34% em um ano, de US$ 2,0 bilhões em julho de 2020 para US$ 1,3 bilhão no mesmo mês deste ano. Enquanto isso, a conta de viagens internacionais teve despesas líquidas de US$ 229 milhões, ante US$ 127 milhões um ano atrás.
Por fim, o BC mantém expectativas de melhora das contas externas do Brasil em agosto. Em síntese, o banco estima superávit de US$ 1,1 bilhão em transações correntes no mês.
Leia Mais: Inflação em Goiânia é a maior entre os locais pesquisados pelo IBGE em agosto