As contas externas do Brasil tiveram um saldo positivo de US$ 1,684 bilhão em agosto. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central (BC), este é o segundo maior superávit para o mês de agosto desde 1995, quando a série histórica teve início. Além disso, o valor superou em 77,26% o superávit do mesmo mês de 2020, de US$ 950 milhões.
Em resumo, as contas externas refletem o resultado das transações correntes. Nesse caso, entram na equação a balança comercial, os serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e as rendas (remessas de juros, bem como lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A saber, superávit é registrado quando o saldo destas transações fica positivo, com mais entrada de recursos do que saída. Contudo, quando acontece o contrário, registra-se déficit das contas externas. E, em julho, o resultado positivo foi bastante expressivo.
De acordo com o BC, o superávit de US$ 7,7 bilhões da balança comercial brasileira em agosto impulsionou as contas externas no mês. Em suma, a balança comercial tem superávit quando as exportações superam as importações. E esse resultado expressivo fez as contas externas do país alcançarem superávit em agosto.
Contas acumulam rombo de mais de US$ 6,539 bilhões no ano
Com o acréscimo do superávit de agosto, as contas externas agora acumulam rombo de US$ 6,539 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. A propósito, as despesas líquidas de renda primária caíram US$ 4,2 bilhões no comparativo anual. Já o déficit em transações correntes somou US$ 19,505 bilhões em 12 meses, o que corresponde a 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Segundo o BC, as contas de serviços encerraram agosto com um déficit de US$ 1,577 bilhão. Enquanto isso, a conta de viagens internacionais teve despesas líquidas de US$ 195 milhões, ante US$ 123 milhões um ano atrás. Esse valor se refere à diferença entre os gastos de brasileiros no exterior e os valores desembolsados por estrangeiros no Brasil.
Por fim, o BC elevou as expectativas de melhora das contas externas do Brasil. Em síntese, o banco estima superávit de US$ 3 bilhões em transações correntes no mês. Isso deve ocorrer graças à balança comercial, que vem registrando saldos expressivos graças ao dólar mais caro, que torna as exportações mais rentáveis.
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