A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (30) que as contas do governo federal encerraram fevereiro com um déficit primário de R$ 20,6 bilhões. A saber, esse é o menor rombo para meses de fevereiro desde 2015, quando o déficit foi de R$ 11,1 bilhões, após correção pela inflação.
Em resumo, déficit primário acontece quando as despesas realizadas superam as receitas, ou seja, o saldo fica negativo. Caso ocorra o contrário, com mais receitas que despesas, tem-se déficit superávit. Vale destacar que, nesta conta, não entram os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.
Em 2020, o Brasil registou um déficit primário recorde de R$ 743,087 bilhões devido à pandemia da Covid-19. Isso ocorreu porque o país realizou diversos gastos extraordinários para combater a crise sanitária e adiou a arrecadação de diversos impostos pelo mesmo motivo.
Já em 2021, o país teve um saldo negativo de R$ 35,073 bilhões, resultado 95,3% menor do que o rombo verificado em 2020. Em valores corrigidos pela inflação, o déficit foi de R$ 37,974 bilhões.
Contas do governo estão positivas em 2022
De acordo com o BC, as contas públicas estão com um excelente resultado em 2022. Embora tenha registrado um forte rombo em fevereiro, o país fechou o bimestre com um superávit de R$ 56 bilhões. A saber, este é o melhor resultado para o período desde o início da série histórica, em 1997. Aliás, o melhor resultado para o período havia sido registrado em 2012 (R$ 47,2 bilhões).
“Esse cenário mais favorável para as contas públicas ampara a melhora recente nas condições financeiras do país, num momento de grandes incertezas no ambiente geopolítico“, disse o Tesouro Nacional.
Ainda segundo o órgão, o Brasil precisa dar “prosseguimento do trabalho de consolidação fiscal em curso, centrado no respeito ao teto de gastos, na medida em que a dívida pública brasileira ainda se encontra em patamar elevado”.
Para 2022, o governo federal está autorizado a ter um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Leia Mais: Preços do petróleo sobem, apesar do recuo de tropas russas na Ucrânia