A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta segunda-feira (30) que as contas do governo federal encerraram julho com um déficit primário de R$ 19,8 bilhões. A saber, esse é o terceiro pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 1997. O resultado só não foi pior que o do ano passado, quando o rombo foi de R$ 87,886 bilhões, e o de 2014 (-R$ 20,154 bilhões).
Em resumo, déficit primário acontece quando as despesas realizadas superam as receitas registradas, ou seja, o saldo fica negativo. Vale destacar que, nesta conta, excluem-se os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.
No ano passado, o valor ficou muito expressivo devido à pandemia da Covid-19. Como o país realizou diversos gastos extraordinários para o combate à crise sanitária, o resultado disparou. Além disso, a pandemia também afetou a arrecadação durante diversos meses em 2020.
De acordo com o Tesouro Nacional, o mês de julho deste ano corresponde a um aumento real em 41,4% da receita em relação a julho de 2020. Isso corresponde a uma alta de R$ 40,8 bilhões. Já as despesas totais tiveram uma queda real de 18,1% em 12 meses, ou R$ 35,2 bilhões a menos neste ano.
Veja detalhes do desempenho das contas do governo em julho
Ainda segundo o Tesouro, as receitas administradas e não administradas pelo Fisco cresceram em R$ 42 bilhões, enquanto a arrecadação líquida para a Previdência subiu R$ 4,1 bilhões em relação a 2020.
Já as despesas neste ano caíram devido à redução dos repasses adicionais a estados (-R$ 43,4 bilhões) e municípios (-R$ 19,9 bilhões). No entanto, a antecipação do 13º salário aos beneficiários da Previdência Social impulsionou o saldo negativo no mês em R$ 18,7 bilhões.
Com o acréscimo desses resultados, as contas do governo agora acumulam um déficit primário de R$ 73,4 bilhões em 2021. Embora o montante seja bem expressivo, o valor é 6,88 vezes menor que o déficit observado no mesmo período de 2020 (R$ 505,2 bilhões). Aliás, o saldo de 2021 só não foi pior que o de 2020 e o de 2017 (-R$ 73,4 bilhões).
Por fim, o governo tem autorização para registrar déficit primário de até R$ 247,118 bilhões em 2021. Contudo, despesas extraordinárias com a pandemia não estão inclusas nessa meta fiscal. A propósito, as despesas relacionadas à Covid somaram R$ 68,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano. Os maiores gastos são do auxílio emergencial e do programa de redução de jornada e salário.
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