Os consumidores de renda mais baixa continuarão sem pagar cobrança adicional na conta de luz em fevereiro. A saber, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28) que a conta de luz da tarifa social seguirá com a bandeira verde no próximo mês.
Em resumo, fevereiro será o terceiro mês seguido sem cobrança adicional para as famílias de renda mais baixa do país. Isso ocorreu devido à melhora na situação dos reservatórios do país, que sofreu a pior crise hídrica dos últimos 91 anos em 2021.
A propósito, os consumidores inclusos na Tarifa Social de Energia Elétrica pagavam R$ 9,49 a cada 100 quilowatts/hora (kWh) até outubro do ano passado. No entanto, projeções mais otimistas sobre as chuvas fizeram a Aneel mudar a bandeira vermelha para a amarela em novembro. Assim, a cobrança extra na conta de luz caiu de R$ 9,49 para R$ 1,87.
Em dezembro, a Aneel cancelou estas cobranças, ao mudar a bandeira amarela para a verde. Aliás, vale destacar que estes consumidores já estavam isentos de pagar a bandeira escassez hídrica.
Por falar nisso, a bandeira criada pelo governo por causa da crise hídrica no país tem uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. Inclusive, os demais consumidores continuarão pagando mais caro para ter energia em casa, porque a Aneel ainda não mudou a bandeira tarifária, mesmo com o aumento das chuvas no país.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
Em suma, a Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuíam três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
Na verdade, quando a situação começa a ficar um pouco complicada, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 1,874 a cada 100 kWh consumidos. Já a bandeira vermelha passa a valer se a situação ficar ainda mais difícil. Estas cobranças adicionais ocorrem quando os custos com a produção de energia elétrica crescem no país.
As hidrelétricas respondem por cerca de 65% de toda a energia gerada no Brasil. Como as usinas não estavam conseguindo produzir sua capacidade usual, o governo passou a acionar cada vez mais as termelétricas. Nesse caso, há dois grandes problemas: estas usinas poluem mais e possuem um custo de produção de energia muito maior.
Nesse contexto, a solução encontrada pelo governo foi criar uma nova bandeira tarifária, a “escassez hídrica”. E ainda não há expectativas em relação ao mês que essa cobrança extra deixará de ser cobrada.
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