Uma informação recente divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alega que a conta de luz dos consumidores brasileiros poderá aumentar em 21,4% no ano que vem. A estimativa foi feita com base na média nacional de reajuste. Se houver a confirmação, o reajuste irá somar uma série de aumentos jamais vistos, nem mesmo neste ano, em virtude da crise hídrica que ameaça um apagão e racionamento de energia.
Normalmente, a conta de luz passa por um reajuste anual que varia de acordo com a distribuidora de energia. A principal razão para a alta indicada pela Aneel se encontra nas medidas estabelecidas pelo governo para assegurar o abastecimento de energia elétrica.
O Governo Federal já acionou o parque de usinas termelétricas do país, que consiste em uma espécie de geração de energia por um custo mais elevado. Além do mais, já implementou um programa temporário capaz de reduzir o consumo de energia em horários de pico, conta que no final é voltada ao próprio consumidor.
Na oportunidade, um memorando da Aneel assinado no dia 5 de novembro pela Gestão Tarifária da agência declarou que, “Nesse contexto, nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%, quando avaliado todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos esses impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica”.
Segundo dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a energia elétrica residencial já acumula uma alta de 19,13% em 2021. Por esta razão, o governo prepara uma verba na margem de R$ 15 bilhões para aliviar o caixa das distribuidoras de energia elétrica, evitando um “tarifaço” na conta de luz em 2022, ano de pleito eleitoral. Este tarifaço seria causado pela alta de combustíveis como o gás natural e o diesel.
Ainda que a conta não chegue às mãos dos consumidores no ano que vem, o movimento articulado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), visa sugerir um aumento na conta de luz de anos posteriores. Em meio a este cenário, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iniciou uma sondagem junto a outras instituições financeiras com o propósito de montar um novo empréstimo para as distribuidoras de energia arcarem com os custos mais altos atrelados à geração de eletricidade.
Em contrapartida, estimativas mais positivas foram apresentadas pela Superintendência de Regulação dos Serviços da Geração, com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), indicam um déficit de custo acumulado até o mês de abril de 2022, na ordem de R$ 13 bilhões.