Os brasileiros estão aproveitando mais um mês com a tarifa de energia elétrica mais barata. A saber, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira verde em vigor no país pelo nono mês consecutivo. Isso quer dizer que a conta de luz não terá cobrança adicional em janeiro.
Esse cenário é completamente diferente do observado em 2021, quando a população sofreu com a disparada da conta de luz. Em síntese, o governo federal criou no final de agosto de 2021 a bandeira tarifária “escassez hídrica”, que promovia uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
A bandeira ficou em vigor no Brasil por mais de sete meses, entre setembro de 2021 e meados de abril de 2022, obrigando o brasileiro a pagar bem mais caro para ter energia elétrica em casa.
Isso aconteceu porque o país enfrentou a pior crise hídrica em 91 anos, cenário que obrigou o governo federal a acionar diversas termelétricas para produzir energia para a população, já que as hidrelétricas não conseguiam funcionar totalmente devido à falta de chuvas.
Contudo, estas usinas são bem mais caras e poluentes que as hidrelétricas. E o aumento dos custos de produção acabou recaindo sobre a população, que pagou caro para ter energia em casa durante vários meses de 2021 e 2022.
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Sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
A saber, a Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. Em suma, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
- Bandeira verde: não há cobrança extra porque a situação dos reservatórios se mostra favorável;
- Bandeira amarela: quando o cenário começa a ficar um pouco complicado, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando a situação estiver ainda mais grave, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 2: a Aneel aciona esta tarifa quando o cenário está crítico e os custos de produção de energia no país sobem significativamente. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
Vale destacar que o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estava em 51,9% até o dia 29 de dezembro, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esse patamar é considerado confortável, ainda mais porque estes reservatórios são responsáveis por 70% da capacidade de produção de energia no país.
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