Na última terça-feira (29) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a conta de luz ficará mais cara com reajuste na bandeira vermelha patamar 2 (taxa mais elevada do sistema) em 52%. De acordo com os novos valores anunciados, o valor para 100kWh consumidos irá custar R$ 9,49 em julho, bem acima do mês anterior que o valor era de R$ 6,24.
Com a conta de luz mais cara no mês de julho, o impacto no bolso dos brasileiros será grande, ainda mais pelo momento de crise atual em que, não só o país, mas o mundo inteiro está passando devido à Covid-19.
O motivo desse aumento é que o país está passando por um momento de crise hídrica.
“O Brasil enfrenta uma das piores secas de sua história. A escassez de água que atinge nossas hidrelétricas — em especial do Sudeste e Centro-Oeste — é a maior dos últimos 91 anos. Esse quadro provocou a natural preocupação de muitos brasileiros com a possibilidade de racionamento de energia, como aconteceu em 2001”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na última segunda-feira (28), e pediu também uso “consciente e responsável” de água e energia por parte dos cidadãos.
Conta de luz mais cara começa a valer em julho
Aneel anunciou que a partir desta quinta-feira (01 de julho) conta de luz ficará mais cara com reajuste no valor da bandeira tarifária vermelha patamar 2.
O impacto do reajuste na bandeira vermelha fará com que a conta de luz fique mais cara com aumento na tarifa extra de 52%, e a previsão é de que a bandeira se mantenha acionada até dezembro, segundo a Aneel, com um impacto médio de 4,9%.
Pelo país estar vivendo a maior seca em mais de 90 anos, isso reduz o nível das represas hidrelétricas, que é a fonte de energia mais renovável, limpa e barata que o Brasil tem. Sem a água nas represas, é necessário acionar as usinas térmicas, que usam gás, diesel e até carvão para gerar energia, sendo essa uma escolha que pesa na economia. Por causa disso a bandeira é levantada para cobrir esses custos das usinas térmicas, e isso consequentemente impacta no aumento da conta de luz da população.
De acordo com o gráfico que mostra o nível dos reservatórios de água dos últimos 20 anos na região Sudeste e Centro-Oeste — polos estes que correspondem por 70% da capacidade de geração de energia do país — atualmente o nível de água está em apenas 29% da capacidade total de armazenamento, mostrando que houve uma queda historicamente expressiva nos últimos tempos, e nos dias atuais está no mesmo patamar que em junho de 2001, quando também houve a crise, e não há perspectiva de chuva forte nessas regiões até meados de outubro.
Os especialistas dizem que a curva recente no baixo nível de água nos dois anos poderia ter feito o governo adotar medidas para tentar conter antes a demanda elétrica. Mas como não foi o caso, a solução atualmente para escapar dessa armadilha e evitar pagar tarifas mais altas na conta de luz está em economizar energia, assim como ter o devido cuidado para economizar água.