O consumo de combustíveis no Brasil manteve o ritmo de recuperação entre todos os derivativos. A única exceção foi a querosene de avião (QAV), que ainda sofre os impactos da pandemia da Covid-19. Aliás, a crise sanitária continua afetando o setor aéreo, cuja demanda de transporte por passageiros afundou no primeiro semestre deste ano.
De acordo com o levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a melhora da economia doméstica impulsionou o resultado. No entanto, a ANP ressalta que o crescimento no consumo ainda não significa uma retomada plena da venda de combustíveis no país.
Em resumo, o diesel continuou como o principal derivativo comercializado no período. A saber, o consumo do combustível no Brasil cresceu 11% em relação ao primeiro semestre de 2020. Com isso, atingiu uma média de 4,94 bilhões de litros vendidos por mês, crescimento de 8,1% em um ano.
“O carro-chefe é o agronegócio, mas também está havendo uma tendência muito forte de crescimento do transporte de produto industrializado, de carga seca no Brasil, diante de toda a transformação do consumidor neste momento [de pandemia], com o e-commerce, a venda online, o delivery”, explicou o presidente da Ipiranga, Marcelo Araújo, em evento on-line, este mês.
A título de comparação, o consumo de diesel cresceu 0,3% no ano passado, chegando a 57,4 bilhões de litros. O avanço ocorreu apesar da queda de 6,0% no consumo de combustíveis no país em 2020. E o resultado positivo aconteceu, principalmente, pelas safras recordes de grãos.
Consumo de gasolina e etanol também cresce no semestre
Além disso, a gasolina também encerrou o primeiro semestre com um resultado positivo. Em suma, o consumo do segundo produto mais vendido nos postos de combustíveis do país cresceu 8% em relação ao mesmo período de 2020. Assim, a média mensal chegou a 2,96 bilhões de litros.
Embora o consumo tenha aumentado, as vendas da gasolina ainda não retornaram ao nível observado antes da crise sanitária. Na comparação com o primeiro semestre de 2019, quando ainda não havia pandemia, as vendas do derivativo caíram 3,9% no país.
Seguindo a mesma trajetória dos outros derivativos, o consumo do etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, subiu 2,7% em relação ao mesmo período de 2020. Contudo, o consumo ficou 14,5% menor que o registrado no primeiro semestre de 2019.