O indicador da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e apresentou uma alta de 0,4% em Fevereiro, atingindo o maior patamar desde maio de 2020.
Esse resultado ainda é melhor quando comparado ao mesmo período de 2020, o que nos remonta uma alta de 4,6%. Esses dados representam uma melhor percepção do consumidor em relação à renda atual.
O ICF utiliza vários tópicos para o cálculo final do indicador, são eles: emprego atual, perspectiva profissional, renda atual, nível de consumo atual, acesso ao crédito e perspectiva de consumo. A maioria desses indicadores registrou alta, o único que apresentou queda foi o acesso ao crédito.
Resultados do consumo baseado em faixas de renda
Por faixa de renda, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apresentou um nível de insatisfação de 94,5 pontos, por parte de famílias que ganham acima de dez salários mínimos, um salto de 10,5% na comparação anual.
Já para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador apresentou uma alta de 2,7% na comparação anual.
Fatores que contribuem para o aumento do consumo
Com o avanço da vacinação e a abertura da economia, a volta de muitos desempregados ao mercado de trabalho, tudo isso contribuiu para uma percepção mais positiva dos consumidores em relação à renda.
Além disso, mesmo com o aumento da inflação, esses dados demonstram uma evolução do poder de compra no curto prazo. Com isso, o crescimento do índice de Consumo Atual apresenta sinais de um ambiente mais estabilizado para compra.
A avaliação melhor de renda tem origem na melhor percepção sobre emprego. Nesse sentido, o número de famílias que avaliaram o quesito perspectiva profissional negativamente teve uma redução de quase 49%, é a menor taxa desde abril de 2020. Em janeiro, essa percepção era de 50,3% e em fevereiro do ano passado era de 50,8%.
Além disso, a pontuação deste indicador apresentou também o melhor resultado desde abril de 2019, com uma variação mensal positiva de 0,9% e de 1,21% comparado ao mesmo período de 2021.
Outros dados que merecem mais atenção
A intenção de compra de duráveis apresentou o sexto mês de queda consecutiva em fevereiro. Para ser mais exato, este tópico apresentou uma queda de 7,7% em relação ao mês de janeiro.
Um dos maiores vilões para esse acontecimento passa pela alta da inflação e o aumento da taxa de juros que acabam por encarecer o setor de produtos de bens duráveis, o que leva a uma maior dificuldade na aquisição desses produtos. Além disso, vale mencionar que esses dados afetam também o setor varejista que sofre com a alta inflacionária, consequência econômica do período pandêmico.
Por outro lado, o indicador da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou um avanço de quase 0,8% no que tange o acesso ao crédito, em fevereiro ante a janeiro, o que fechou um período de quatro meses de queda consecutiva. Isso demonstra que, apesar da taxa Selic ter alcançado o patamar de dois dígitos, o crédito se mantém sendo um importante indicador de consumo.