Os consumidores do Brasil ainda enfrentam as dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. Embora os casos e mortes tenham recuado fortemente nos últimos meses, os impactos provocados pela crise sanitária continuam afetando a economia brasileira.
Nestes dois anos desde a decretação da pandemia, em março de 2020, os países tiveram que se adaptar à nova realidade. Diversas nações reduziram suas taxas de juros para aquecer a economia através do consumo. Contudo, a inflação global chegou com força nos países, e os bancos centrais passaram a fazer o contrário, elevando os juros para reduzir o consumo.
No Brasil, a taxa básica de juro na economia está em 11,75% ao ano, e a expectativa é que suba aos 13% ao ano até o final de 2022. A saber, a taxa estava em 2% ao ano no início de 2021, época em que o Banco Central brasileiro ainda atuava para aumentar o otimismo dos consumidores.
No entanto, a inflação anual no país supera os 10% há meses. Aliás, a meta da taxa inflacionária para 2022 é de 3,50%, ou seja, mais de três vezes inferior à inflação atual. Seja como for, o cenário atual do Brasil não está incentivando os consumidores a irem às compras, e a confiança deles segue enfraquecida.
Confiança dos consumidores recua, enquanto insatisfação cresce
De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), a confiança dos consumidores caiu 3,1 pontos em março. Com isso, devolveu 82% do avanço registrado em fevereiro, quando os consumidores se mostraram mais dispostos a gastar.
Contudo, a situação mudou e os consumidores do país estão cada vez menos otimistas tanto em relação ao momento atual da economia brasileira quanto aos próximos meses.
“A insatisfação dos consumidores sobre a situação financeira familiar atinge o maior patamar desde abril de 2016 influenciado pela inflação, lenta recuperação do mercado de trabalho e endividamento das famílias, principalmente das famílias com menor poder aquisitivo”, disse Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens do FGV/Ibre.
Como a pandemia da Covid-19 provocou a perda de milhares de empregos no país, os mais pobres acabaram sofrendo mais. Aliás, a crise sanitária também fez a renda de diversas famílias cair expressivamente. Entretanto, as dificuldades no país estão alcançando todas as faixas de renda, o que explica a forte queda no indicador de confiança da FGV.
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