O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,3 pontos em novembro, na comparação com o mês anterior. Com isso, o indicador recuou para 85,3 pontos, afastando-se do nível de janeiro de 2020 (90,4 pontos), período pré-pandemia.
A saber, a queda em novembro é a segunda seguida e interrompe uma sequência de quatro meses de alta, período em que todas as preocupações trazidas pela pandemia foram superadas.
Com essa nova queda, o índice de confiança do consumidor ficou ainda mais negativo. Assim, permanece em um nível historicamente baixo, ainda mais longe da marca dos 100 pontos.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quinta-feira (24).
De acordo com Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, o otimismo em relação aos próximos meses perdeu ainda mais força em novembro e derrubou o ICC. Aliás, o indicador havia atingido 100 pontos em setembro deste ano, algo que não acontecia desde março de 2019. No entanto, o índice se afastou ainda mais dessa marca.
MEGA-SENA: veja quanto rende R$ 50 MILHÕES na poupança
Confiança recua em novembro
Segundo Viviane, a intenção de consumo recuou em novembro, após meses de alta devido aos programas de transferência de renda do governo federal. Em síntese, essas altas perderam força, uma vez que o fim dessas transferências de renda está cada vez mais próximo.
“A confiança dos consumidores cai pelo segundo mês consecutivo. Passado o efeito das transferências de renda, os consumidores de baixa renda voltam a se sentir menos satisfeitos sobre a situação financeira familiar e revisar suas expectativas para baixo nos próximos meses”, disse Viviane.
“Mesmo com uma queda das perspectivas sobre a inflação e um efeito ainda positivo no mercado de trabalho há um aumento do pessimismo sobre as finanças familiares nos próximos meses”, acrescentou.
“É possível que ainda exista algum espaço para o consumo pelas famílias de maior poder aquisitivo, mas dada as condições macroeconômicas, sua sustentação nos próximos meses acaba sendo uma tarefa difícil”, finalizou Seda.
Leia também: Prévia da inflação ACELERA em novembro, revela IBGE