O consignado do Auxílio Brasil está há pouco mais de um mês disponível para os beneficiários do programa de transferência de renda do governo. No entanto, até o momento, apenas quatro instituições financeiras passaram a fornecer a operação de crédito: Pan, Caixa, QI e Zema Financeira.
No entanto, embora apenas as quatro instituições financeiras passaram a operacionalizar o consignado do Auxílio Brasil, isso não significa que a demanda pelo crédito é baixa, pelo contrário, já foram liberados bilhões aos beneficiários. Nesse sentido, até o momento, a principal fornecedora do crédito é a Caixa Econômica Federal.
O banco estatal já forneceu mais de R$4,8 bilhões em crédito consignado do Auxílio Brasil. A Caixa necessitou suspender temporariamente a oferta do consignado desde o dia 1º de novembro e estenderá até o próximo dia 14 de novembro. Isso se deve pela necessidade de processar a folha de pagamento do Auxílio Brasil, em um processo que envolve o Dataprev, a Caixa e o Ministério da Cidadania.
Já o segundo maior banco em termos de volume de crédito fornecido aos beneficiários do Auxílio Brasil é o banco Pan. Contudo, a instituição financeira decidiu travar novas concessões para entender como se dará o volume de inadimplência. Em seguida, o terceiro maior fornecedor de crédito é a fintech QI SCD, que já concedeu R$500 milhões e a Zema Financeira, que diz ter fornecido muito pouco crédito.
Consignado do Auxílio Brasil ainda gera polêmicas e dúvidas
Embora esteja sendo operado há pouco mais de um mês, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil ainda gera polêmica. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o consignado, em vez de fornecer ajuda ao beneficiário, pode acabar deteriorando sua situação financeira, que na maioria das vezes não é muito saudável.
Para efeito de análise, somente na primeira semana de operação do consignado do Auxílio Brasil, foram registradas mais de 2 mil queixas relacionadas à operação do crédito por parte das instituições financeiras. Nesse sentido, devidos aos riscos associados, foram poucos os bancos a operacionalizar o fornecimento do crédito consignado.
Por exemplo, como o Auxílio Brasil não é um benefício permanente, caso o beneficiário saia dos parâmetros necessários para seu recebimento ou até mesmo tenha o benefício suspenso, ou cancelado, eles terão que arcar com a dívida até o fim do contrato. No entanto, o empréstimo deixa de ser retirado direto na fonte, tornando-se um empréstimo pessoal tradicional.
Além disso, alguns dos principais bancos brasileiros, como o Itaú, também dizem não concordar com o fornecimento do crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil. Tais instituições financeiras acreditam que essa modalidade de empréstimo pode ajudar mais do que prejudicar e os bancos estariam lucrando em cima da camada mais pobre da população brasileira.
O Tribunal de Contas da União chegou a solicitar a suspensão do consignado pela Caixa Econômica Federal para que ela concedesse explicações relativas à concessão. Os pedidos ficaram suspensos até que a Caixa fornecesse as explicações ao Tribunal de Contas da União.