Os brasileiros devem preparar o bolso para mais um aumento do preço dos combustíveis no país. Isso porque o Conselho de Administração da Petrobras autorizou nesta quinta-feira (16), em reunião extraordinária, o reajuste dos preços dos combustíveis.
A saber, a expectativa é que o anúncio do reajuste seja feito amanhã (17). Aliás, apenas o diesel deverá subir, visto que a defasagem do combustível chega a 26% nas contas da estatal. Já a gasolina deverá permanece estável, pois a defasagem está bem menor, em torno de 5%.
Caso a Petrobras anuncie um novo reajuste no preço do diesel, será a terceira vez apenas neste ano que o combustível ficará mais caro. Em resumo, a estatal elevou o diesel pela primeira vez em 11 de março, promovendo uma forte alta de 24,9%. Isso aconteceu devido à guerra na Ucrânia, que pressionou os preços do combustível em todo o mundo.
Em maio, a empresa anunciou um segundo reajuste no preço do diesel, alegando que os preços internacionais estavam muito elevados. Dessa vez, o aumento foi de 8,87% e fez o litro do combustível chegar a R$ 4,91 nas refinarias do país.
Inclusive, vale destacar que o preço pago pelos consumidores é bem mais alto devido a outras variáveis, como margem de lucro, frete e pagamento de funcionários dos postos de combustíveis.
Entenda a política de preços da Petrobras
Em primeiro lugar, é importante entender a política de preços da estatal. A saber, ela foi adotada no governo de Michel Temer, em 2016, e segue a paridade com os preços internacionais. Isso quer dizer que a empresa reajusta os preços dos combustíveis de acordo com o exterior.
Nesse caso, as variações dos preços do barril de petróleo e as oscilações do dólar figuram como principais razões para os reajustes da Petrobras. E ambas as variáveis vêm registrando altas nas últimas semanas, pressionando ainda mais a estatal a reajustar os preços dos combustíveis.
Além disso, a Petrobras afirmou que precisará reajustar os preços do diesel para reduzir o risco de desabastecimento do combustível no país.
Em suma, a estatal desestimula outras empresas a importar o óleo diesel porque vende o combustível a preço inferior ao internacional. Assim, as empresas importadoras também precisariam vender mais barato para conseguir competir com a Petrobras, mas isso geraria prejuízo.
Então, muitas estão deixando de importar diesel. O problema é que o combustível vindo do exterior representa de 25% a 30% do que é consumido no país, ou seja, seu desabastecimento poderá afetar toda a economia brasileira.
Estatal pede subsídio ao governo, mas não tem êxito
Na reunião de hoje, a diretoria da empresa afirmou que só poderia segurar o aumento dos preços caso o governo aprovasse um subsídio. Em síntese, esse subsídio beneficiaria a Petrobras e os importadores privados. Dessa forma, compensaria a compra do diesel mais caro no exterior e sua venda mais barata no Brasil.
Contudo, o governo afirmou que não tinha condições para conceder o subsídio. Por isso, a estatal afirmou que não havia outra saída a não ser elevar o diesel. E isso deverá acontecer amanhã.
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