O Banco Inter não terá bons motivos para relembrar o mês de setembro de 2021. Isso porque seus papéis ocuparam a primeira e a segunda posições no ranking das piores ações da Bolsa Brasileira no mês. E tudo graças ao aumento da cautela mundial, que fez os investidores fugirem ainda mais dos papéis do setor de tecnologia.
Em resumo, o mercado seguiu bastante atento ao Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. A entidade já sinalizou que os baixos juros adotados no país começarão a subir assim que os estímulos injetados na economia acabem de vez. E a expectativa é que isso aconteça em meados de 2022.
A saber, o Fed vem comprando títulos públicos, na ordem de US$ 120 bilhões por mês, desde março de 2020 por causa da pandemia. Ao mesmo tempo, o banco adota juros baixíssimos no país, entre 0% e 0,25%. Tudo isso para aquecer a economia. E essa chuva de dólares, com poucos juros a serem pagos, seguiram principalmente para o mercado de renda variável, em especial para as ações de tecnologia.
Com o aumento da expectativa de encerramento desses benefícios, muita gente já está tirando o seu cavalinho da chuva. E o Inter, que é um dos primeiros bancos digitais do Brasil, sofreu fortes perdas em setembro. Enquanto suas ações units afundaram 31,18% no mês, as preferenciais nominativas despencaram 28,56%. Assim, ocuparam as primeiras posições no ranking de piores resultados em setembro.
Conheça os outros papéis do Ibovespa que afundaram em setembro
Na sequência, ficaram os papéis da varejista Via ON, que derreteram 25,79%. Vale ressaltar que as ações da empresa tiveram o segundo pior resultado de agosto ao afundar 17,47%. Embora as vendas do varejo brasileiro tenham crescido em julho, dados mais atuais do setor, os investidores se desfizeram dos papéis em setembro.
Em suma, a inflação segue nas alturas e a previsão é que a taxa cresça ainda mais. E, quanto mais alta a inflação, maior fica a taxa básica de juros do país, a Selic. O resultado dessa equação é redução do poder de compra do consumidor, que pagará mais caro para adquirir produtos e serviços.
Nesse cenário, empresas ligadas diretamente ao consumo acabam sofrendo fortes perdas. E foi justamente isso que aconteceu: os papéis ordinários da Americanas ocuparam a quarta posição (-25,24%), seguidos pelas ações da Magazine Luiza (-21,38%). Aliás, as ações preferenciais nominativas da Americanas ainda ficaram em sétimo lugar (-19,13%).
Por fim, completando o top dez das maiores perdas do Ibovespa em setembro, ficaram os papéis da Cielo ON (-20,21%), na sexta posição. Já as ações da Dexco ON (-17,66%), Sid Nacional ON (-17,58%) e Santander unit (-15,67%), ficaram nas últimas posições do top dez.
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