Quem escolheu outubro para investir na Bolsa Brasileira teve grandes chances de perder parte dos seus investimentos. A saber, o Ibovespa afundou 6,74%, resultado das perdas registradas por 79 das 91 ações do índice. Isso quer dizer que 86,8% dos papéis encerraram o mês no vermelho. Aliás, a média de perda das dez piores ações ficou em impressionantes 27,01%.
Nesse grupo, do qual ninguém quer fazer parte, o grande destaque foi a Méliuz. Os papéis da startup brasileira ocuparam a primeira posição no ranking das piores ações da Bolsa Brasileira no mês. O tombo chegou a expressivos 44,93%, ou seja, a empresa perdeu quase metade do valor de mercado em um único mês.
Em resumo, outubro trouxe muita preocupação ao mercado com a saúde fiscal do Brasil. O Auxílio Brasil, que deve entrar em vigor no país agora em novembro, elevará os gastos públicos, impulsionando a inflação. Para conter esses avanços, o Banco Central (BC) segue elevando os juros básicos, desaquecendo a economia e reduzindo o poder de compra do consumidor.
Em períodos de incerteza, os investidores acabam buscando papéis mais seguros e com menor volatilidade. Por isso, os avanços mais expressivos do Ibovespa no mês ficaram com as ações defensivas. E o Auxílio Brasil trouxe muita preocupação ao mercado, que teme calote do governo aos credores.
Nesse cenário, as ações que mais sofreram foram as relacionadas a varejo, consumo e setor aéreo. No caso da Méliuz, a situação ficou pior, pois o setor de tecnologia não teve bons resultados em outubro. Contudo, estes papéis não estão na Bolsa Brasileira, por isso não aparecem no ranking.
Conheça os outros papéis do Ibovespa que afundaram em outubro
Na sequência, ficaram os papéis preferenciais da Azul, que derreteram 31,69%. Entre os principais fatores para o tombo estão o dólar cada vez mais caro e o petróleo, que até caiu nesta semana, mas encerrou outubro com ganhos expressivos. Como as viagens internacionais estão mais salgadas, com o dólar nas alturas e o petróleo elevando os custos do combustível das aeronaves, as ações da Azul afudaram.
A Alpargatas fechou o top três de perdas mensais, despencando 26,84%. Da mesma forma que a Méliuz, a dona da Havaianas teve forte perdas em outubro por causa do consumo mais fraco no país. Já os papéis da Gol e os da CVC ficaram na quarta e na quinta posições do ranking, com tombos de 26,70% e 25,79%, respectivamente. Os problemas enfrentados pela Azul também o foram pela Gol e CVC.
Por fim, completando o top dez das maiores perdas do Ibovespa em outubro, ficaram os papéis da Magazine Luiza ON (-24,62%), Inter Banco unit (-23,90%), Grupo Soma ON (-22,60%), Banco Inter PN (-22,00%) e Cyrela Realt ON (-21,72%).
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