As autoridades de saúde no Congo confirmaram outro surto de Ebola no leste do país no domingo (7), o quarto em menos de três anos. Em 3 de fevereiro, uma mulher morreu na cidade de Butembo, na província de Kivu do Norte, anunciou o ministro da Saúde, Eteni Longondo.
A mulher da aldeia vizinha de Biena passou mal por alguns dias antes de fazer um teste em uma clínica. Ela então foi para um hospital em Butembo, mas morreu antes de receber os resultados. O governo começou a rastrear todas as pessoas que entraram em contato com a vítima para tentar “erradicar a epidemia o mais rápido possível”, disse Longondo.
Este é o 12º surto no Congo, assolado pelo conflito, desde que o vírus foi descoberto pela primeira vez no país em 1976. Além disso, ocorre menos de três meses após um surto na província ocidental de Equateur, oficialmente encerrado em novembro.
O surto de 2018 no leste do Congo foi o segundo mais letal do mundo, matando 2.299 pessoas até junho. Essa crise sanitária durou quase dois anos em meio a desafios sem precedentes. Isso por causa dos conflitos entre grupos armados, a maior epidemia de sarampo do mundo e a disseminação da Covid-19.
O Congo teme que um novo surto de Ebola possa afetar gravemente o frágil sistema de saúde do país, especialmente quando enfrenta o avanço do novo coronavírus.
Ebola é altamente contagioso
O vírus Ebola é altamente contagioso e pode ser contraído por meio de fluidos corporais, como vômito, sangue ou sêmen. Embora a fonte de contaminação ainda seja desconhecida, a mulher que morreu era esposa de um sobrevivente do Ebola, segundo o governo.
O vírus pode viver no sêmen de sobreviventes do sexo masculino por mais de três anos, de acordo com um estudo do New England Journal of Medicine. Especialistas em saúde dizem que, conforme os surtos se tornam mais frequentes, é importante entender mais sobre como é contraído.
Em um comunicado no domingo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que não era incomum que ocorressem casos esporádicos após um grande surto. Além disso, a OMS informou que as respostas anteriores ao Ebola tornam o trabalho mais fácil de lidar.