O preço do petróleo não para de subir e, com isso, existe a possibilidade de um novo “boom” nos preços dos combustíveis. Por conta disso, de acordo com informações publicadas pelo jornal “Folha de S. Paulo”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia a possibilidade de propor o congelamento temporário nos preços.
Segundo a publicação, a proposta foi feita nesta segunda-feira (07) em uma reunião da ala política e, caso vá para frente, pode impactar no “bolso” dos acionistas da Petrobras e também na empresa, que teve um lucro de 106 bilhões de reais em 2021, cerca de 1.400% a mais do que no ano anterior.
Além da ideia de congelar os preços, o ministro também defende a proposta, a longo prazo, da fixação da tributação do ICMS, um imposto estadual, por litro de combustível, e não mais sobre o preço final, como acontece hoje.
Toda essa movimentação acontece porque o preço da gasolina, por exemplo, depois de quatro semanas de queda, já voltou a subir e, na semana passada, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), registrou um valor médio de R$ 6,57. Ainda de acordo com a entidade, os preços da gasolina nos postos do país variam entre R$ 5,579 e R$ 7,859.
Guerra impacta no preço dos combustíveis
Diferentemente do que muitos podem pensar, a guerra que está acontecendo na Ucrânia, país invadido pela Rússia, está impactando o Brasil. Isso porque a ofensiva russa tem impactado no preço de commodities como o petróleo e alguns alimentos como trigo, milho e proteínas – esses valores já estão sendo repassados aos consumidores.
Esses aumentos, revelou o economista Sérgio Vale, da MB Associados, em entrevista ao portal “UOL”, devem impactar, inclusive, na inflação do Brasil, que pode registrar números maiores em 2022 do que o que fora especulado antes dos confrontos.
Segundo ele, os cálculos da inflação brasileira foram revisados por conta da Guerra e, com isso, subiram de 5,8% para 6,5% em 2022. “Creio que a disputa entre Rússia e Ocidente vai continuar tensa e isso tende a manter preços de commodities pressionados”, disse o economista.
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