A semana chegou ao final com uma polêmica acerca de falas de entidades importantes na economia brasileira. Em encontro com empresários do setor de supermercados, o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes pediram congelamento de preços de alguns produtos, em especial da cesta básica vendida por eles.
Contudo, essa medida já foi testada anteriormente na economia brasileira e em economias mundiais. O resultado é sempre o mesmo. Por conta disso, economistas alertam para os perigos de um congelamento de preços na economia brasileira, que pode agravar o cenário no país e até mesmo gerar desabastecimento.
O que é o congelamento de preços?
Na história da economia mundial, políticos sempre buscaram diferentes maneiras de superar crises, principalmente se isso afetar a popularidade do governo. Diante de um ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro vem enfrentando uma inflação em 11,73%, uma das mais altas dos últimos 10 anos. Para superar isso, Bolsonaro e o economista Paulo Guedes sugeriram o congelamento de preços de alguns produtos de supermercado.
A ideia consiste em fixar os preços de alguns produtos nas prateleiras. Com isso, as empresas venderiam arroz, feijão farinha, entre outro produtos, a preços fixos ao consumidor. Contudo, a medida acontece em meio a um aumento dos custos de produção. Com isso, digamos que um saco de farinha custe ao produtor R$4,80 e ele venda a R$5,00. Caso o congelamento de preços aconteça, o custo pode subir para R$5,20, fazendo com que o produtor tenha prejuízo de R$0,2o por saco. Isso é ruim para o produtor.
Por outro lado, se o cenário for favorável, é possível que o custo caia para R$4,60. Contudo, o congelamento de preços fixa o saco da farinha a R$5,00. Nesse cenário (menos provável), o consumidor sairia lesado, pagando o mesmo preço por algo que está mais barato. Dessa forma, fixar o preço de produtos pode gerar desabastecimento ou então uma queda nas vendas, que causa maior desemprego e um desaquecimento da economia.
O que acontece com a economia?
Além de poder causar prejuízo a produtores e desemprego à população, o congelamento de preços tem outras consequências agravantes para a economia nacional. Na última tentativa desse método, na Argentina, a economia sofreu muito mais do que o esperado. O resultado é uma revogação da medida, que aumenta preços e aumenta a desconfiança de investidores internacionais.
Dessa forma, empresas que abririam sedes no Brasil evitam de fazer isso. Vale lembrar que o congelamento de preços pode acontecer para qualquer produto, mesmo que o alvo dos políticos seja sempre os produtos básicos à sobrevivência da população. Por conta disso, empresários tendem a se afastar do país, o que dificulta a criação de novos empregos e uma possível retomada de crescimento do país.
Hoje, 10, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tentou amenizar a situação. Isso porque ele afirmou a jornalistas que o congelamento de preços “não é o caminho” para segurar a inflação no Brasil. Por outro lado, ele disse que as empresas possuem “função social” e que esse é um momentos de todos se ajudarem.