Nas últimas semanas, o Governo Federal anunciou a criação de dois programas que tem como foco auxiliar mais de 70 milhões de pessoas negativadas a limpar o nome e também a negociar suas dívidas. Essas iniciativas fizeram parte das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante as eleições do ano passado.
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O primeiro dos programas é o Desenrola Brasil, que é destinado a pessoas com CPF negativado e renda mensal de até R$ 20 mil – a iniciativa estará em vigor até 31 de dezembro. O segundo é o Renegocia, uma iniciativa que tem como foco prevenir o superendividamento, protegendo o mínimo existencial de R$ 600 para a subsistência – o programa tem prazo até 11 de agosto.
Enquanto o Desenrola Brasil está sobre o guarda-chuva do Ministério da Fazenda, o Renegocia é coordenado pelo Ministério da Justiça e ainda acompanhado e monitorado pelos órgãos de defesa do consumidor.
Em entrevista ao portal “UOL”, João Victorino, especialista em finanças pessoais, afirma que, depois de limpar o nome utilizando algum desses programas, será fundamental que o cidadão evite adquirir novas dívidas desnecessárias, especialmente com as tentadoras ofertas de crédito fácil.
“É importante destacar que os programas não oferecem perdão de dívidas, mas sim uma oportunidade para limpar o nome das pessoas”, relata João Victorino, que ainda completa que as novas parcelas da dívida renegociada não sejam pagas, o CPF voltará a ser negativado.
“Por isso, um controle financeiro bem organizado é fundamental para evitar surpresas desagradáveis no final do mês”, reforça o especialista, que relata que, com a finalidade de extrair o melhor proveito dos dois programas, preparou uma cartilha com pontos importantes.
Segundo ele, o primeiro item é não comprometer mais de 30% da renda mensal com o pagamento das parcelas, para que os prazos previstos sejam respeitados. Outro é verificar se a instituição financeira está participando do programa do governo.
“Caso contrário, será necessário solicitar a transferência da dívida para uma instituição que esteja aderindo à iniciativa”, relatou ele, que destacou que um outro ponto é ficar atento a golpes e fraudes.
Nesse sentido, ele ressalta que criminosos têm se passado por atendentes das instituições, oferecendo links falsos para negociações de dívidas com benefícios exagerados. Hoje, as renegociações devem ser realizadas somente pelos canais oficiais dos bancos, instituições financeiras e do governo.
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