O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 4,3 pontos em abril deste ano, na comparação com o mês anterior. A saber, esta alta interrompe seis quedas seguidas do indicador que sucederam cinco meses consecutivos de alta. Com o avanço, o índice chegou a 89,8 pontos.
Vale ressaltar que, em setembro de 2020, o ICE teve alta de 3,0 pontos, superando o nível alcançado em fevereiro, último mês antes da pandemia da Covid-19. Contudo, a partir de outubro de 2020, houve apenas retração do indicador de confiança, mudando apenas agora em abril.
De acordo com Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a recuperação é apenas parcial do tombo acumulado nos últimos meses. Aliás, o Ibre/FGV realizou a pesquisa e divulgou os dados nesta semana.
“A alta da confiança empresarial em abril é um sinal favorável quanto à possibilidade de retomada gradual do nível de atividade econômica nos próximos meses, após significativa desaceleração em março”, disse Campelo Jr.
Além disso, Aloisio afirmou que as expectativas do setor puxaram o indicador pra cima, visto que as perspectivas com a situação atual ficaram praticamente estáveis. Ele destacou a indústria, “único setor a registrar níveis elevados de confiança”, e os serviços, cuja confiança continua muito baixa.
Otimismo com o futuro ajuda a elevar confiança
O levantamento da FGV aponta que o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) teve leve alta de 0,4 ponto, para 89,2 pontos, após quatro quedas seguidas. Isso mostra que os empresários não estão otimistas com a situação atual dos negócios no Brasil.
No entanto, o Índice de Expectativas (IE-E) disparou no período (6,9 pontos), e puxou a confiança do setor pra cima. Após seis quedas seguidas, o indicador subiu e atingiu 90,1 pontos. Contudo, acumulou perda de 18,2 pontos entre outubro do ano passado e março deste ano.
Outros grandes destaques positivos em abril vieram dos setores do comércio e de serviços, que subiram 11,6 e 4,1 pontos, respectivamente. O que puxou ambas as elevações no mês também foi a expectativa com os próximos três meses.
Em contrapartida, os índices de confiança da indústria de transformação e da construção emendaram o quarto mês seguido de queda. Com o acréscimo dos resultados, a primeira acumula perdas de 11,4 pontos, enquanto a segunda soma perdas de 8,9 pontos desde janeiro deste ano.
Por fim, a pesquisa apontou alta da confiança em 49% dos 49 segmentos pesquisados pelo ICE. O valor superou em muito os 29% registrados em março. A propósito, a FGV informou que comércio e serviços tiveram alta na maioria de seus segmentos, diferentemente da construção e da indústria, com queda na maior parte do segmentos.
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