O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,8 ponto em dezembro deste ano na comparação com o mês anterior. Esse recuo sucede a queda de 3,3 pontos registrada em novembro, quando o índice voltou a ficar abaixo da marca dos 100 pontos, considerada região de otimismo do indicador.
Com o acréscimo do resultado de dezembro, o ICE fechou o ano em 95,2 pontos. Já na comparação com o terceiro trimestre, o indicador acumulou uma retração de 3,9 pontos no quarto trimestre. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou o índice nesta quinta-feira (30).
“A queda em dezembro da confiança empresarial confirma o cenário de desaceleração no último trimestre do ano. O resultado negativo desse mês foi disseminado entre os setores e também ocorreu tanto na percepção sobre o momento atual quanto nas expectativas”, disse Rodolpho Tobler, economista do do FGV Ibre.
“A virada para o próximo ano se mostra mais desafiadora, principalmente pelo ambiente macroeconômico mais frágil. Os efeitos negativos da pandemia estão, por ora, saindo do radar, mas a inflação elevada, o ciclo de alta de juros e a recuperação gradual do mercado de trabalho passam a ser os maiores obstáculos do momento e para os próximos meses”, acrescentou o economista.
Componentes do indicador de confiança caem no mês
Os dois principais indicadores do ICE caíram pelo segundo mês consecutivo. Em resumo, o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 1,2 ponto em dezembro, para 95,8 pontos, menor nível desde maio (93,8 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 1,4 ponto no mês, para 94,4 pontos, menor valor desde abril (92,3 pontos).
De acordo com a FGV, o ICE é composto pelos indicadores de confiança da indústria, dos serviços, do comércio e da construção. Em suma, o comércio teve o recuo mais intenso no mês (-2,7pontos). Em seguida, ficaram a indústria (-2,0 pontos), a construção (-1,4 ponto) e os serviços (-1,3 ponto).
Por fim, a pesquisa apontou alta da confiança em 45% dos 49 segmentos pesquisados pelo ICE em dezembro. Esse percentual é duas vezes maior que o de novembro (22%). “O destaque positivo do mês é o setor da construção, cuja confiança subiu em mais de 60% dos segmentos, enquanto o destaque negativo é o Comércio, que registrou alta em apenas um segmento”, disse a FGV.
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