O Índice de Confiança Empresarial (ICE) despencou 10,8 pontos no último trimestre de 2022, na comparação com o trimestre anterior. A saber, esse foi o maior tombo trimestral dos últimos sete anos e reflete as preocupações em relação ao futuro do país.
Com o acréscimo dessa queda, o indicador eliminou os ganhos acumulados nos três primeiros trimestres de 2022, de 7,4 pontos. Assim, o ICE fechou o ano em 90,7 pontos, menor nível desde abril de 2021 (89,6 pontos).
Em síntese, o ICE continuou abaixo da marca dos 100 pontos, considerada região de otimismo do indicador. Aliás, taxas superiores a esta faixa mostram a confiança do empresário do país. Por outro lado, números inferiores à marca indicam pessimismo empresarial.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou o índice nesta segunda-feira (2).
“A confiança empresarial se manteve em queda pelo terceiro mês consecutivo embora em menor intensidade que nos meses anteriores”, informou Viviane Seda Bittencourt, economista do FGV Ibre.
“A percepção sobre situação atual e perspectivas futuras se mantêm em compasso de espera frente as decisões sobre a condução da política econômica do novo governo“, explicou a economista.
Salário mínimo em 2023 sobe mais que o esperado; confira
Indústria, comércio e serviços derrubam confiança
Em dezembro, os setores pesquisados pelo FGV Ibre tiveram variações distintas em relação à confiança dos empresários. Contudo, os recuos foram mais intensos e puxaram o ICE para baixo. Veja a variação de cada um deles no mês passado:
- Indústria: +1,2 pontos
- Comércio: 0,0 pontos
- Serviços: -1,5 pontos
- Construção: -0,3 ponto
“Apesar de uma percepção de melhora no setor industrial relacionada a uma ligeira recuperação de demanda e redução de estoques, a piora do setor de serviços foi o responsável por jogar a confiança para baixo em dezembro”, explicou Viviane Seda Bittencourt.
O levantamento também revelou que, apesar do recuo do ICE, a confiança empresarial subiu em 53% dos 49 segmentos pesquisados. A saber, a disseminação foi superior à registrada no mês anterior.
“A confiança das empresas melhora para mais de 50% dos segmentos pesquisados, mas isso não é suficiente para garantir sua sustentação nos próximos meses. O cenário de incerteza contribui para essa paralisação no momento”, ponderou a economista.
Leia também: Balança comercial tem superávit recorde em 2022