O Índice de Confiança Empresarial (ICE) avançou 0,4 ponto em outubro na comparação com o mês anterior. Esse avanço sucede a queda de 2,5 pontos registrada em setembro, que interrompeu cinco meses seguidos de alta do indicador.
Com o acréscimo do avanço, o índice voltou a superar a marca dos 100 pontos, considerada a região de otimismo (100,3 pontos). No entanto, em médias móveis trimestrais, o ICE reverteu a tendência de alta iniciada em maio e caiu 0,5 ponto em outubro.
Aliás, a alta é considerada um “movimento de acomodação” pelo superintendente de estatísticas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Jr. O Ibre/FGV divulgou os dados nesta sexta-feira (29).
“O resultado positivo foi proporcionado pelo Setor de Serviços, único a registrar melhora tanto nas avaliações sobre a situação corrente quanto nas expectativas, sinalizando a continuidade da fase de retomada de nível atividade nos segmentos mais afetados pela pandemia, como o de Serviços Prestados às Famílias”, disse Campelo Jr.
“Quanto às expectativas, pelo segundo mês os resultados foram mais favoráveis nos quesitos que miram o horizonte de três meses que no quesito que trata do horizonte de seis meses, algo que não ocorria desde abril de 2015. Um sinal de que o setor produtivo começa a se preocupar com a desaceleração do ritmo de atividade no primeiro semestre de 2022”, acrescentou o superintendente.
Componentes do indicador de confiança sobem no mês
Em resumo, o levantamento da FGV aponta que o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,2 ponto em outubro, para 99,5 pontos. A saber, em agosto, o indicador havia atingido o maior nível desde outubro de 2013. Contudo, caiu 1,2 ponto em setembro e voltou a ficar abaixo dos 100 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-E) também subiu no mês, mas de maneira um pouco mais intensa (0,4 pontos), após duas quedas seguidas. O indicador avançou para 100,3 pontos, o que indica otimismo dos empresários com o futuro. Vale ressaltar que o ICE, o ISA-E e o IE-E não recuperaram nem 20% das perdas registradas em setembro.
De acordo com a FGV, o ICE é composto pelos indicadores de confiança da indústria, dos serviços, do comércio e da construção. Em suma, os serviços tiveram o avanço mais firme no mês (+1,8 ponto), enquanto o comércio teve leve alta (+0,1 ponto). Em contrapartida, a confiança caiu levemente na construção (-0,3 ponto) e despencou na indústira (-1,2 ponto).
Por fim, a pesquisa apontou alta da confiança em apenas 49% dos 49 segmentos pesquisados pelo ICE em outubro, percentual inferior ao de julho (73%) e agosto (53%), mas superior ao de setembro (33%). “O destaque positivo do mês é o setor de serviços, que registrou alta da confiança em mais de 70% dos segmentos”, disse a FGV.
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