O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 3,3 pontos em novembro deste ano na comparação com o mês anterior. Esse recuo elimina todo o ganho registrado em outubro (0,4 ponto). Aliás, o índice voltou a ficar abaixo da marca dos 100 pontos, considerada região de otimismo do indicador.
No entanto, em médias móveis trimestrais, o ICE continuou sua trajetória negativa e caiu pelo segundo mês seguido (-1,8 ponto). Os dados fazem parte do levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). A saber, o Ibre/FGV divulgou os dados na última quarta-feira (1º).
“Com a queda de novembro, a confiança empresarial confirma a tendência declinante esboçada em setembro e posta em dúvida após a ligeira alta de outubro. Destaca-se no resultado a queda expressiva do Índice de Expectativas, a maior desde março deste ano, quando era grande o medo do impacto da segunda onda de covid-19 sobre a economia”, disse Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do Ibre.
“Desta vez, a preocupação maior é a própria economia, em fase de desaceleração sob influência da inflação elevada e do aperto monetário que vem sendo conduzido pelo Banco Central para contê-la”, acrescentou o superintendente.
Componentes do indicador de confiança caem no mês
Em resumo, o levantamento da FGV aponta que o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 2,5 pontos em novembro, para 97,0 pontos. A saber, em agosto, o indicador havia atingido o maior nível desde outubro de 2013. Contudo, caiu 1,2 ponto em setembro e voltou a ficar abaixo dos 100 pontos, não conseguindo voltar a superar essa marca nos últimos meses.
O Índice de Expectativas (IE-E) também tombou no mês, mas de maneira ainda mais intensa (-4,5 pontos). O indicador caiu para 95,8 pontos, o que indica perda de otimismo dos empresários com o futuro.
De acordo com a FGV, o ICE é composto pelos indicadores de confiança da indústria, dos serviços, do comércio e da construção. Em suma, o comércio teve o recuo mais intenso no mês (-6,2 pontos). Em seguida, ficaram a indústira (-3,1 pontos), os serviços (-2,3 pontos) e a construção (-0,8 ponto).
Por fim, a pesquisa apontou alta da confiança em apenas 22% dos 49 segmentos pesquisados pelo ICE em outubro, percentual bastante inferior ao de outubro (49%). “Em todos os setores, a maioria dos segmentos registrou queda, com destaque para o setor de serviços, em que a confiança recuou em 12 dos 13 segmentos”, disse a FGV.
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