O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse recuo é o quarto seguido. Aliás, foi em novembro do ano passado que o índice voltou a ficar abaixo da marca dos 100 pontos, considerada região de otimismo do indicador, e é onde permanece.
Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o ICE caiu para 91,1 pontos, ficando ainda mais distante da marca dos 100 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,7 pontos, quinto recuo seguido. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou o índice nesta sexta-feira (25).
“A confiança empresarial recua novamente em fevereiro ainda sob impacto da Ômicron sobre atividades presenciais, dos problemas de abastecimento de insumos em alguns segmentos industriais, da inflação elevada e do aumento recente das taxas de juros”, disse Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do FGV Ibre.
“A segunda queda expressiva dos índices que medem o pulso dos negócios no próprio mês da pesquisa sinaliza uma desaceleração da economia no primeiro bimestre do ano. Já as expectativas em relação aos próximos meses pararam de piorar, mas ainda estão longe de refletirem otimismo”, acrescentou o superintendente.
Componentes do indicador de confiança seguem direções opostas
Os dois principais indicadores do ICE seguiram direções opostas em fevereiro, após três meses seguidos de queda. Em resumo, o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 3,2 pontos no mês, para 88,1 pontos, menor nível desde abril de 2021 (87,8 pontos).
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 1,9 ponto, para 93,3 pontos. Entre outubro de 2021 e janeiro deste ano, o índice acumulou perdas de 9,0 pontos.
De acordo com a FGV, o ICE é composto pelos indicadores de confiança da indústria, dos serviços, do comércio e da construção. Em suma, dois setores tiveram queda em fevereiro: serviços (-2,0 pontos) e indústria (-1,7 ponto). Em contrapartida, os setores da construção (+0,9 ponto) a do comércio (+2,1 pontos) subiram no mês.
Por fim, a pesquisa revelou que a confiança subiu em 24 dos 49 segmentos pesquisados pelo ICE em fevereiro, número maior que o de janeiro, quando apenas 11 segmentos subiram. Aliás, o FGV Ibre destacou que o setor da construção teve o melhor resultado no mês, com mais de 80% dos seus segmentos em alta.
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