O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 4,3 pontos em janeiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Este é o terceiro recuo consecutivo e o mais intenso dos últimos meses. Com o acréscimo do resultado, o ICS caiu para 91,2 pontos, menor patamar desde maio de 2021 (88,1 pontos).
A saber, o indicador também registrou a terceira taxa negativa seguida em médias móveis trimestrais (-2,6 pontos). Estes recuos interrompem uma sequência de seis avanços seguidos nessa base comparativa. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quinta-feira (28).
“O setor de serviços inicia 2022 com uma nova queda, sendo a mais intensa desde março de 2021, período da segunda onda de Covid. O resultado negativo desse mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia”, explicou o economista da FGV, Rodolpho Tobler.
“Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto esses fatores persistirem vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, acrescentou Tobler.
Índices de situação atual e expectativa caem em dezembro
De acordo com a FGV, o ICS recuou em dezembro devido à queda dos dois principais índices pesquisados. Em suma, o Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 3,1 pontos, para 89,4 pontos, menor patamar desde junho de 2021 (88,7 pontos).
Da mesma forma, o Índice de Expectativas (IE-S) também recuou no mês, mas de maneira ainda mais expressiva (-5,5 pontos), para 93,2 pontos. Assim, o IE-S segue abaixo da linha de otimismo. A saber, esse é o menor nível do índice desde maio deste ano (92,4 pontos).
Por fim, o FGV Ibre ressaltou que a queda na confiança dos serviços caiu em 6 dos 7 principais segmentos do setor. “Esse resultado reflete a piora dos casos da pandemia e a volta de algumas medidas restritivas, como adiamento de alguns feriados. Essas medidas acabam afetando de maneira mais intensa as empresas desse, como já ocorreu em ondas anteriores da pandemia”, disse Tobler.
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