O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelou nesta segunda-feira (13) que a confiança dos microempresários estacionou em agosto. A saber, essa parada ocorre após quatro meses consecutivos de avanço do indicador e acende o “sinal amarelo“, segundo o Sebrae.
De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para o Sebrae, a indústria é a principal responsável por esse resultado. Em resumo, a confiança da setor caiu 3,2 pontos em agosto, puxando o índice pra baixo. “Se a indústria está em queda, é porque a economia pode estar estagnada”, comentou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Da mesma forma, a confiança do comércio também caiu no mês passado (-0,4%), mas de maneira bem menos expressiva. Por outro lado, o setor de serviços, o mais prejudicado pela pandemia da Covid-19, subiu 0,3 ponto em relação a julho. Tudo isso fez o índice geral ficar em 100 pontos, níve neutro. Segundo o Sebrae, isso indica que a economia brasileira está andando “de lado”.
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Em suma, o presidente do Sebrae citou a inflação e os preços mais elevados das matérias-primas, que também estão escassas, como principais fatores para a queda da confiança dos microempresários em agosto. “Todos temos um pouco de receio da inflação, e sentimos o aumento do preço das coisas”, disse Melles.
Ele ainda citou as tensões políticas do país, que preocupam não só os brasileiros, mas todo o mundo. “A questão política traz insegurança, não tem como não trazer”, falou. Ao mesmo tempo, a expectativa é que o dólar encerre o ano mais caro, enquanto a economia brasileira perde cada vez mais fôlego.
Além da indústria e dos serviços, os seguintes setores também puxaram o resultado geral pra baixo: vestuário, alimentos, produtos químicos e metalurgia. No comércio, os segmentos de material de construção, veículos, motos e peças deixaram de ter resultados positivos com as vendas e caíram em agosto.
Por fim, Melles diz que o setor de serviços foi o único a avançar no mês, mas de maneira bastante tímida. Isso significa que o setor também está andando “de lado”.
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