O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 3,1% em outubro deste ano na comparação com o mês anterior. Dessa forma, o indicador caiu para 119,3 pontos, segunda queda consecutiva após um período de três meses seguidos de avanço.
Embora tenha caído no mês, o Icec continuou acima dos 100 pontos, nível que indica otimismo do indicador. A saber, o indicador se mantém acima desse patamar desde julho deste ano. Contudo, as últimas quedas mostram que os comerciantes do país estão com uma percepção um pouco menos positiva para as condições econômicas do país nos próximos meses.
Em resumo, o Icec recuperou as perdas expressivas registradas desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado. A saber, o indicador atingiu a mínima histórica em junho de 2020 (66,7 pontos), quando caiu 28,6% em relação a maio.
Com a recuperação após esse período, o indicador voltou a superar os 100 pontos em outubro de 2020, ficando até março deste ano nesse patamar, retornando para ele em julho. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (25).
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os recentes resultados negativos não eliminaram os ganhos no ano. Contudo, ele destacou que estes recuos indicam que a confiança na recuperação econômica do país fica cada vez menor.
“Entre os fatores que provavelmente constituíram a taxa do Icec em outubro, é possível considerar a inflação gerada no processo de recuperação das economias desde o ano passado; o destravamento das medidas contra a covid-19; os efeitos do câmbio, das commodities e da escassez de chuvas”, ressaltou Tadros.
Componentes do Icec caem em outubro
Segundo o levantamento, todos os componentes do Icec caíram em outubro, algo que não acontecia desde abril deste ano, quando o índice havia despencado 6,4%. A propósito, o componente confiança dos comerciantes em relação às condições atuais afundou 4,5%. Já o componente expectativas recuou 3,1% e o de intenção de investimentos caiu 2,0%.
“A possibilidade do encerramento da transferência do auxílio emergencial, o aumento do endividamento das famílias e a alta dos custos são apenas alguns dos fatores que podemos listar. O cenário atual é de aumento de preços, ocasionando desequilíbrios entre oferta e demanda e pressões para formação de preços maiores, complicando a decisão dos preços finais”, explicou o economista da CNC, Antonio Everton.
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