A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta segunda-feira (21) os dados mais recentes do seu levantamento sobre o comércio brasileiro. A saber, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,12% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores.
O recuo aconteceu devido às quedas registradas em fevereiro (-1,2%) e março (-1,3%), apesar do avanço em janeiro (+1,4%). Com isso, o indicador de confiança caiu para 118,0 pontos, permanecendo na zona de satisfação, acima dos 100 pontos, pelo nono mês consecutivo.
No trimestre, o Icec acabou caindo, em partes, devido à pandemia da Covid-19. No entanto, outros dois fatores impactaram mais fortemente o índice nos últimos tempos: inflação elevada e o recente aumento dos preços dos combustíveis.
Em resumo, a expectativa é que a inflação no Brasil desacelere em 2022. No ano passado, a taxa acumulada chegou a 10,06%, mas os analistas do mercado financeiro acreditam que a taxa ficará em 6,59% neste ano. Aliás, as projeções dispararam na semana passada devido aos reajustes promovidos pela Petrobras no diesel e na gasolina.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o cenário internacional preocupa o planeta. Em suma, a guerra entre Rússia e Ucrânia vem desestabilizando os mercados internacionais nas últimas semanas. E isso enfraquece a confiança dos empresários do país.
“O conflito deve influenciar, juntamente com comportamento dos valores internos, o crescimento da inflação. Os preços, em geral, devem permanecer em alta, principalmente em virtude da escalada dos combustíveis e das commodities”, disse Tadros.
Quase todos os componentes do índice de confiança caem no mês
Segundo a CNC, todos os componentes do Icec recuaram em março na comparação mensal. Entre os subíndices, o resultado negativo também atingiu todos eles, com exceção do item intenções de investimentos em estoque, que avançou 1,2%.
A saber, a maior queda veio do componente condições atuais do empresário do comércio (-1,6%). Em seguida, ficaram as expectativas do empresário do comércio (-1,2%) e as intenções de investimentos (-1,1%).
Com isso, o subíndice de expectativas continuou com a maior pontuação entre os componentes do Icec (150,9 pontos). Na sequência, ficaram intenções de investimento (104,9 pontos) e condições atuais (98,3 pontos), que saiu da zona de satisfação.
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