O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) tombou 6,5 pontos em setembro, na comparação com o mês anterior. Assim, o indicador caiu para 75,3 pontos, menor patamar desde abril (72,1 pontos). Aliás, essa foi a segunda queda seguida do índice, que continua em nível historicamente baixo.
A saber, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (24). Com o acréscimo do resultado de setembro, o índice reverteu a tendência de alta. Assim, caiu 1,9 ponto em médias móveis trimestrais após três avanços seguidos.
“A confiança dos consumidores brasileiros caiu expressivamente em setembro, confirmando a interrupção da tendência de recuperação iniciada em abril, após a 2ª onda de Covid”, explicou a coordenadora das Sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt.
“A queda foi determinada pela combinação de fatores que já vinham afetando a confiança em meses anteriores, como a inflação e desemprego elevados, e de novos fatores, como o risco de crise energética e o aumento da incerteza econômica e política com impacto mais acentuado sobre as expectativas em relação aos próximos meses”, acrescentou Bittencourt.
“A fragilidade da confiança dos consumidores tem sido marcada pela grande distância em relação à confiança empresarial e pela alta sensibilidade a qualquer novo fator, tornando muito difícil a antecipação de alguma tendência para os meses seguintes”, disse a coordenadora.
Componentes do ICC caem em setembro
De acordo com o levantamento, a queda da confiança aconteceu devido ao recuo de 1,0 ponto do Índice de Situação Atual (ISA), para 68,8 pontos. Esse é o menor patamar desde maio (68,7 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) despencou 9,8 pontos, para 81,1 pontos. A queda sucede cinco meses de avanço e faz indicador recuar para menor nível desde abril (79,2 pontos).
A FGV também destacou o índice que mede as perspectivas em relação à situação da economia, que afundou 14,3 pontos, para 97,5 pontos. Esse é o menor patamar desde março (92,1 pontos). Da mesma forma, o indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira das familias também despencou no mês (-12,8 pontos). A queda fez o indicador recuar para o menor nível desde maio de 2020 (71,6 pontos).
Por fim, a análise mostrou que a confiança caiu em todas as faixas de renda em setembro. Os consumidores com renda mais baixa continuam com menos confiança. No entanto, foram os consumidores com renda familiar mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 que tiveram o maior tombo no mês (-8,3 pontos).
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