O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,7 pontos em dezembro deste ano na comparação com o mês anterior. Essa queda sucede o tombo de 6,2 pontos registrado em novembro. Aliás, com o acréscimo desse resultado, o indicador caiu para 85,3 pontos e continua abaixo dos 100 pontos, indicando que a confiança do comércio segue mais fraca.
A saber, esse é o menor patamar do Icom desde abril deste ano (84,1 pontos). Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu pela quarta vez consecutiva (-2,9 pontos). Já no acumulado de 2021, o tombo chegou a 6,4 pontos. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (28).
“O resultado de dezembro é influenciado principalmente pela percepção de piora no volume de demanda pelo quinto mês consecutivo, sugerindo que, apesar da melhora da pandemia, o setor continuando sentindo os efeitos negativos da baixa confiança do consumidor, lenta recuperação do mercado de trabalho, alta inflação e juros em alta”, explicou o coordenador da Sondagem do Comércio da FGV, Rodolpho Tobler.
“As expectativas também pioraram sugerindo que o início do próximo ano deve ser desafiador, sem perspectivas de retorno da trajetória de recuperação que vinha ocorrendo até o terceiro trimestre desse ano”, acrescentou o coordenador.
Confiança cai em cinco dos seis segmentos pesquisados
De acordo com o levantamento, a confiança caiu em cinco dos seis principais segmentos do comércio em dezembro. Em resumo, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 4,3 pontos em dezembro, para 84,0 pontos, quinto recuo consecutivo. Esse é o menor valor para o índice desde abril deste ano (81,6 pontos).
Da mesma forma, o Índice de Expectativas (IE-COM) também caiu em dezembro, mas de maneira bem mais tímida (-0,9 pontos), para 87,3 pontos. Esse é o mesmo nível do registrado em abril deste ano.
Por fim, o FGV Ibre ressaltou que a recuperação da confiança do comércio perdeu força após manter o ritmo no segundo e no terceiro trimestres. “O resultado trimestral confirma o cenário de desaceleração do setor no final do ano e os empresários ainda não vislumbram perspectivas de melhora em 2022”, disse o instituto.
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