O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,8 ponto em julho deste ano, na comparação com o mês passado. Com isso, o indicador emendou o terceiro avanço seguido, após uma sequência de quatro meses de queda, alcançando 108,4 pontos, maior nível desde janeiro (111,3 pontos).
A saber, em dezembro de 2020, o ICI havia atingido o maior nível desde maio de 2010 (116,1 pontos). No entanto, os quatro primeiros meses de 2021 trouxeram quedas à confiança do setor, provocadas, principalmente, pelo agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil, em especial em março e abril.
Da mesma forma, o indicador em relação às médias móveis trimestrais também subiu no período (1,6 ponto). A propósito, a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (28).
De acordo com a economista da FGV Claudia Perdigão, o avanço de julho aconteceu graças à “acomodação das avaliações sobre o momento em patamar alto”. No entanto, ela ressaltou que houve o registro de “desaceleração do otimismo das empresas em relação aos próximos meses“.
“As empresas ainda enfrentam um cenário de escassez de insumo, possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica, que tendem a limitar uma alta mais expressiva da confiança nos próximos meses”, ponderou Claudia Perdigão.
Índices sobre situação atual e expectativas com futuro têm leve alta
O levantamento da FGV também mostrou que o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,5 ponto, para 111,3 pontos, após cinco quedas seguidas. Da mesma forma, o Índice de Expectativas (IE) avançou levemente no mês (0,9 ponto), para 104,9 pontos, terceiro avanço consecutivo após quatro meses de queda. Ambos os índices retornaram ao nível registrado em janeiro deste ano.
O destaque do ISA em junho ficou com o indicador que mede o nível dos estoques das empresas, que disparou 7,7 pontos. Aliás, este foi o único avanço dos componentes do ISA no mês. Já no IE, o indicador de emprego previsto para os próximos três meses subiu 1,4 ponto, para 108,3 pontos. Outro destaque foi o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses, que subiu 1,4 ponto, para 105,4 pontos.
Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), subiu 0,7 ponto percentual (p.p.), para 80,1%, maior nível desde novembro de 2014 (80,3%). Todos estes resultados impulsionaram a confiança da indústria em julho.
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