O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,6 ponto em setembro deste ano, na comparação com o mês passado. A saber, esse é o segundo mês seguido de queda, após uma sequência de quatro meses de avanço, o que fez o ICI recuar para 106,4 pontos.
Em dezembro de 2020, o ICI havia atingido o maior nível desde maio de 2010 (116,1 pontos). No entanto, a confiança do setor acabou afundando nos primeiros meses de 2021. Isso aconteceu devido ao agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil, que enfrentava a segunda onda da crise sanitária.
Além disso, o levantamento também divulgou os dados das médias móveis trimestrais. Em resumo, o indicador continuou caiu 0,4 ponto no período. A propósito, a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta terça-feira (28).
De acordo com a economista da FGV Claudia Perdigão, os recuos em agosto e setembro aconteceram por diversos motivos. A indústria brasileira não se mostra confiante como nos meses anteriores por causa dos altos custos, do desemprego no país e das instabilidades econômicas e institucionais, segundo a economista.
“Nesse contexto, soma-se ainda a crise hídrica que contribui para elevar a pressão inflacionária e as incertezas quanto à possibilidade de expansão da produção nos próximos meses, tornando mais pessimistas as expectativas para o final do ano principalmente entre os segmentos intensivos no uso de energia elétrica”, ponderou Claudia Perdigão.
Índices sobre situação atual e expectativas caem
O levantamento da FGV também mostrou que o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 0,2 ponto em setembro, para 109,2 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (98,7 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) caiu ainda mais no mês (-1,0 ponto), para 103,6 pontos, menor patamar desde maio (99 pontos).
O destaque do ISA em setembro ficou com o indicador que mede a situação atual dos negócios, que tombou 2,7 pontos, para 103,1 pontos. Da mesma forma, o indicador que mede a demanda total também caiu (-2,1 pontos), para 107,6 pontos. Em contrapartida, o indicador que mede o nível de estoques saltou 4,1 pontos, para 116,0 pontos, maior nível desde março (118,2 pontos).
Já no IE, o indicador que mede a produção prevista para os próximos três meses exerceu o maior impacto no IE ao cair 1,5 ponto, para 99,7 pontos. A perspectiva para os próximos seis meses também mostrou menos confiança (-1,2 ponto). Isso fez as intenções de contratações caírem (-0,4 ponto) no indicador de emprego previsto.
Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) subiu 0,5 ponto percentual (p.p.), para 80,2%. A saber, esse é o maior nível do indicador desde novembro de 2014 (80,3%).
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