O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,4 ponto em agosto deste ano, na comparação com o mês passado. Com isso, o indicador interrompeu uma sequência de quatro meses de avanço e agora está em 107 pontos.
A saber, em dezembro de 2020, o ICI havia atingido o maior nível desde maio de 2010 (116,1 pontos). No entanto, os primeiros meses de 2021 trouxeram quedas à confiança do setor, provocadas, principalmente, pelo agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil.
Já em relação às médias móveis trimestrais, o indicador continuou subindo no período (0,9 ponto). A propósito, a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (27).
De acordo com a economista da FGV Claudia Perdigão, o recuo em agosto aconteceu graças à “piora da situação atual” e à “acomodação das expectativas das empresas em relação aos próximos meses”.
“A indústria de transformação vem desde o final do ano passado, enfrentando gargalos associados a escassez de insumos, recentemente agravado por problemas de logísticas nos mercados internacionais, e encarecimento da energia elétrica. Aliado a isso, o aumento da incerteza diante da nova variante Delta contribuem para uma desaceleração no processo de recuperação da indústria”, ponderou Claudia Perdigão.
Índices sobre situação atual recua e expectativas se acomodam
O levantamento da FGV também mostrou que o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,4 pontos em agosto, para 109,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou levemente no mês (-0,3 ponto), se acomodando em 104,6 pontos.
O destaque do ISA em agosto ficou com o indicador que mede a situação atual dos negócios, que tombou 3,5 pontos, para 105,8 pontos. Aliás, este foi o único avanço dos componentes do ISA no mês. Também caíram no mês os indicadores para demanda total (-0,7 ponto) e nível de estoques (-2,5 pontos), para 109,7 e 111,9 pontos, respectivamente.
Já no IE, o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 1,5 ponto, para 103,9 pontos, puxando o IE pra baixo. Aliás, o recuo aconteceu apesar do avanço dos indicadores de produção prevista (0,6 ponto) e emprego previsto para os próximos três meses (0,2 ponto), para 101,2 e 108,5, respectivamente.
Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,4 ponto percentual (p.p.), para 79,7%. A saber, o indicador havia atingido em julho o maior nível desde novembro de 2014 (80,3%).
Leia Mais: Índice de Preços ao Produtor acelera em julho, aponta IBGE