O Índice de Confiança da Construção (ICST) tombou 3,9 pontos em janeiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Com isso, o índice caiu para 92,4 pontos, após alcançar o maior patamar desde janeiro de 2014 (97,8 pontos) em dezembro (97,8 pontos).
O recuo no mês continua indicando que o ICST segue no nível de “percepção de pessimismo moderado”. Em resumo, dados inferiores a 100 pontos indicam pessimismo, enquanto níveis superiores a essa marca correspondem a otimismo do setor.
Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 1,1 ponto, após ter registrado leve alta em dezembro. A saber, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (26).
“No mês passado, a alta da confiança das empresas da construção destoou da percepção mais negativa que prevaleceu nos demais setores. Agora em janeiro houve uma forte correção, com o indicador revelando um pessimismo mais acentuado em relação à demanda prevista para os próximos meses”, explicou a coordenadora de Projetos da Construção da FGV Ibre, Ana Maria Castelo.
“Certamente o ambiente de mais incertezas com a evolução da pandemia e de taxas de juros maiores deve ter contribuído para a reversão do humor”, ressaltou a coordenadora.
“Vale lembrar que a retomada da construção ganhou fôlego em 2021 com o desempenho positivo do mercado imobiliário: vendas e lançamentos cresceram impulsionados por taxas de crédito, que em agosto atingiram um piso histórico. A mudança de cenário terá impactos sobre os novos negócios em 2022”, disse Ana Castelo.
Confiança tomba devido a decréscimo dos índices
De acordo com a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 2,1 pontos em janeiro, para 90,7 pontos. Esse é o menor nível desde julho do ano passado (89,4 pontos). Aliás, o resultado ocorreu, principalmente, devido à queda do indicador de carteira de contratos, que caiu 1,9 ponto no mês, para 90,1 pontos.
Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE-CST) despencou 5,8 pontos em janeiro , para 95,0 pontos. Esse é o menor nível desde maio do ano passado (89,9 pontos). Em suma, a forte queda dos indicadores de demanda prevista (-6,6 pontos) e de tendência dos negócios nos próximos seis meses (-4,9 pontos) puxaram o IE-CST para baixo.
Da mesma forma, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) caiu 1,5 ponto percentual (p.p.) no mês, para 74,9%. A saber, o indicador de mão de obra recuou 1,2 p.p., para 76,3%, enquanto o de máquinas e equipamentos caiu 1,1 p.p., para 68,7%.
Por fim, a FGV destacou que, “desde julho de 2021, há mais empresas da construção que reportam crescimento da atividade do que diminuição”. Inclusive, em janeiro deste ano, dois importantes segmentos tiveram assinalações de crescimento: edificações residenciais e obras várias. Por isso, os próximos meses ainda devem ter dados positivos.
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