No ano passado, ou seja, em 2022, o rendimento médio do brasileiro subiu 6,9% se comparado ao ano anterior. A saber, estes são os novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, os pagamentos do Auxílio Brasil podem ajudar a explicar parte desta elevação.
Vale destacar que no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) no poder, o programa Auxílio Brasil foi elevado de um patamar mínimo de R$400 mensais, para o mínimo de R$600 por mês. Nesse sentido, tal mudança só foi possível depois da aprovação da chamada PEC dos Benefícios, no Congresso Nacional, no mês de julho do ano passado.
Dessa forma, além da elevação dos valores, o Auxílio Brasil também registrou um aumento no número de usuários atendidos. Em suma, entre os meses de agosto e dezembro, o programa conseguiu atingir o recorde na quantidade de beneficiários oficiais. Com isso, estima-se que quase 22 milhões de brasileiros estavam recebendo o saldo.
Diante deste movimento, a renda média do Brasil se elevou de R$ 1.484 em 2021 para R$ 1.586 em 2022. Aliás, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% antes os números do ano anterior e alcançou assim, o patamar oficial de R$ 339,6 bilhões.
Conforme as projeções oficiais do IBGE, a taxa de participação de programas de transferência de renda para os brasileiros saltou de 4% em 2021 para 4,6% em 2022. Então, é possível dizer que se trata do maior crescimento da fatia de participação entre dois anos distintos desde o início da série histórica, em 2012.
A estimativa do ano passado é que 16,9% dos lares brasileiros contavam com algum beneficiário do programa Auxílio Brasil. Sendo assim, quase duas em cada 10 casas brasileiras foram sendo impactadas pelo dinheiro pago pelo Governo Federal, especialmente, no segundo semestre do ano passado.
“Entre 2021 e 2022, caiu bastante (de 15,4% para 1,5%) a proporção de domicílios com algum beneficiário de outros programas sociais, o que inclui o Auxílio Emergencial, ao passo que aumentou (de 8,6% para 16,9%) a proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família“, informou o IBGE.
“Essas oscilações podem estar ligadas a migrações entre benefícios (quando fosse mais vantajoso) ou a eventuais dificuldades dos informantes em identificar corretamente qual benefício recebiam”, continuou a análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Além do Auxílio Brasil de Bolsonaro
De qualquer maneira, o IBGE aponta que apenas o pagamento do Auxílio Brasil não explica sozinho o aumento do rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro.
Assim, também há de se considerar a leve recuperação da situação do emprego no país. Isso faz com que mais pessoas passassem a receber os seus salários.
Entenda a diferença por regiões
Também conforme o IBGE, há ainda uma forte desigualdade regional quando se trata da média de ganho dos trabalhadores. Por exemplo, em 2022 as regiões Norte e Nordeste demonstraram os menores valores de rendimento médio mensal da família per capita entre R$ 1.096 e R$ 1.011, respectivamente.
Em contrapartida, estão as regiões Sul e Sudeste, que apontaram as maiores médias de ganho mensal. Nesse caso, o Sul registrou uma média de R$ 1.927, sendo entre todas as cinco regiões do Brasil a mais alta. Assim, o Sudeste não fica muito atrás e registrou um patamar médio mensal de R$ 1.891.
Auxílio Brasil: Renda que não vem do trabalho
Sobretudo, um dos dados que mais chamam atenção nesta nova pesquisa PNAD é o salto registrado na renda que não é obtida pelo trabalho. Nesse sentido, o valor médio mensal saltou 12,1%. Isso significa um aumento de R$ 1.478 em 2021 para R$ 1.657 em 2022.
Resumindo, a renda que não é obtida pelo trabalho é a aquela que o cidadão recebe de benefícios sociais e/ou previdenciários. Como por exemplo, é o caso de benefícios como Auxílio Brasil, Vale-Gás, aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como pensões entre outras liberações desta natureza.
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