Assim como publicou o Brasil123, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu recentemente o comando rotativo do Mercosul. De acordo com informações reveladas nesta segunda-feira (17) pelo portal “G1”, o chefe do Executivo Brasileiro não vai abrir mão de rediscutir um tema central nas negociações de um acordo entre o bloco e a União Europeia: as compras governamentais.
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Conforme o portal, o dilema em questão se trata, de uma maneira geral, sobre a possibilidade de que empresas sediadas no Mercosul participem, em pé de igualdade, de licitações no bloco europeu e vice-versa – na prática, explicam especialistas, o acordo dificulta que governos deem prioridades às empresas locais para estimular a produção interna, por exemplo.
Segundo o “G1”, fontes que fazem parte da gestão Lula explicam que o acordo, como está, pode, eventualmente, prejudicar ou até mesmo atrapalhar a indústria nacional por conta de uma facilitação à participação estrangeira no mercado interno.
No último sábado (15), Lula embarcou para uma cúpula em Bruxelas, na Bélgica. Por lá, o presidente vai se reunir, durante esta semana, com líderes de países da América Latina e da Europa – ao todo, o petista tem marcada sete reuniões bilaterais, encontros esses que darão a oportunidade para que o chefe do Executivo brasileiro, e agora comandante do Mercosul, discuta sobre o assunto.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul vem sendo costurado desde 1999. A parte comercial foi concluída em 2019 e, no ano seguinte, as partes firmaram acordo sobre políticas e cooperação – agora, o processo está em fase de revisão. Recentemente, Lula declarou que está “louco” para fechar o acordo, mas, na ocasião, ressaltou que, além do tema tratado na matéria, “o Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável”.
Esse instrumento em questão tem a ver com a área ambiental e é um ponto central na política e na economia da UE atualmente, que vem, por exemplo, aprovando leis para impedir que países do bloco comprem produtos oriundos de desmatamento na Amazônia e outras florestas tropicais. “Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, disse o chefe do Executivo na oportunidade.
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