A Latam Brasil emitiu um comunicado em resposta às acusações feitas pela 123Milhas, que solicitou recuperação judicial na terça-feira passada, alegando que seus problemas financeiros estavam diretamente relacionados ao encerramento de acordos comerciais com as companhias aéreas brasileiras, incluindo acordos que envolviam tarifas mais vantajosas. A 123Milhas alegou que o término desses contratos com as empresas parceiras impossibilitou cumprir com suas obrigações.
Em sua nota oficial, a Latam negou categoricamente qualquer relação comercial com a 123Milhas e outras empresas do grupo que comercializam passagens adquiridas com pontos de programas de fidelidade.
Além disso, a companhia destacou que o regulamento de seu programa de fidelidade, o Latam Pass, proíbe expressamente a venda de pontos. A Latam também aconselhou os clientes que adquiriram passagens por meio dessas empresas a verificar o status de seus bilhetes no site latam.com, inserindo o localizador fornecido pela agência e o sobrenome do passageiro. Em casos de reservas não encontradas ou inativas, a Latam recomendou que os clientes contatem diretamente a 123 Milhas ou a empresa pela qual adquiriram a passagem.
Gol e a Smiles também se manifestam sobre acusação da 123milhas
À semelhança da Latam Brasil, a Gol e a Smiles também se manifestaram em relação às acusações feitas pela 123Milhas, que entrou com um pedido de recuperação judicial na semana passada. A 123Milhas alegou que seus problemas financeiros estavam relacionados ao término de acordos comerciais com as companhias aéreas brasileiras, incluindo acordos que envolviam tarifas mais favoráveis. A empresa afirmou que o fim desses contratos com as empresas parceiras tornou impossível cumprir com suas obrigações.
Em uma nota enviada ao M&E (Mercado & Eventos), a Gol e a Smiles negaram categoricamente essas alegações. “A Gol e a Smiles informam que não possuem nenhuma relação comercial com a empresa 123 Milhas, bem como com outras empresas da mesma natureza”, afirmaram as companhias.
Além disso, as empresas esclareceram que os passageiros com passagens emitidas em seu nome para voar com a Gol podem considerar seus voos confirmados ao consultar o localizador no site da companhia. No entanto, qualquer alteração ou cancelamento deve ser tratado diretamente com a empresa que emitiu o bilhete, pois a 123 Milhas é considerada um terceiro nesse contexto, de acordo com a nota enviada ao M&E.
ABEAR se pronuncia
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) emitiu um comunicado nesta semana alertando os consumidores sobre os riscos e a ilegalidade das práticas de venda de milhas e outros benefícios intransferíveis provenientes dos programas de fidelidade das companhias aéreas.
Os programas de milhagem tem por objetivo recompensar clientes e atrair novos passageiros, com o propósito de fidelizar os consumidores. No entanto, a ABEAR expressou preocupação com o mercado paralelo que surgiu em torno desses benefícios, afirmando que tal prática gera distorções prejudiciais para todos, especialmente para os clientes que utilizam os benefícios de maneira adequada e adquirem passagens por meio dos canais oficiais das companhias aéreas.
A presidente da ABEAR, Jurema Monteiro, enfatizou que as companhias aéreas não têm responsabilidade sobre os pacotes vendidos por empresas como a 123milhas, que comercializam milhas e outros benefícios de programas de fidelidade de maneira não autorizada.