O juiz e ministro da Justiça, Sérgio Moro, principal candidato da chamada ‘terceira via’, enxerga no Senado Federal uma segunda opção caso não receba a aprovação necessária para a disputa à presidência da República no pleito eleitoral de 2022. Moro já lançou oficialmente a pré-candidatura, e agora precisa aguardar para apurar os resultados da recepção do povo brasileiro.
Caso não consiga obter resultados positivos até o mês de fevereiro, Moro poderá abandonar a corrida à presidência e focar em um cargo no Senado Federal. Vale mencionar que atualmente, a aprovação do ex-juiz e ministro não ultrapassa a margem dos 9%, mas ainda assim, ele não abrirá mão da chefia do Executivo Federal tão facilmente.
De acordo com interlocutores próximos ao ex-magistrado, Moro deverá ter um mandato em 2023, independentemente do cargo. Esta segunda opção se faz cada vez mais necessária após as suspeitas levantadas pelo Tribunal de Contas da União, de que o ex-ministro do atual presidente, Jair Bolsonaro, teria atuado em conflitos de interesses, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas.
A especulação se refere à ocasião em que Moro foi contratado pela consultoria americana Alvarez & Marsal, um escritório que atuou na administração judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato. Vale lembrar que este era um dos, senão o principal alvo dos processos conduzidos por Sérgio Moro enquanto juiz.
No entanto, no dia 29 de dezembro do ano passado, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, por determinação do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, estabeleceu que a consultoria revelasse os serviços prestados por Moro, bem como os valores recebidos por ele. Em resposta, ele alegou repudiar a insinuação leviana da Corte.
Desta forma, se o tema progredir, todas as informações prestadas pela consultora americana devem culminar na abertura de uma investigação judicial contra o pré-candidato à presidência da República em 2022. Assim, se Moro receber foro privilegiado de 2023 em diante, ele teria que responder as acusações somente perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última pesquisa sobre a corrida ao pleito eleitoral realizada em parceria entre a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e o Instituto MDA, no período de 9 a 11 de dezembro, é possível observar que a novidade se refere ao crescimento do terceiro colocado, o ex-juiz, Sérgio Moro, que aparece com 9% das intenções de voto. Embora continue no cenário de um empate técnico com Ciro Gomes, que tem 5% da aprovação, Moro começou a decolar nesta corrida.
Moro conseguiu ter um avanço somente após oficializar a candidatura junto ao partido Podemos, crescendo acima da margem de erro, de 6% para 9%. De acordo com o levantamento, Moro tem sido considerado como uma segunda opção de voto aos eleitores declarados de Bolsonaro, mas que, aparentemente, se decepcionaram com a gestão do presidente.